quarta-feira, 8 de agosto de 2018

O cristão deve participar da política?


Esse é mais um ano eleitoral. Vivemos um momento crítico e muito importante em nosso país. Como Igreja, somos sal e luz, somos a embaixada de Deus na Terra. Não podemos nos omitir nesse processo. Devemos exercer a nossa cidadania de modo exemplar e com muita consciência, responsabilidade cristã e cidadã. 
A visão de que os cristãos não devem se envolver em política considero equivocada. Política é uma ciência legitima. "O maior castigo para quem não gosta de política é ser governado pelos que gostam", disse Arnold Toynbee, historiador inglês. Igreja e Estado, não devem se misturar, cada um no seu papel. Mas igreja e política, sim. A questão é a forma de fazer política. O sistema viciado e corrompido da conquista e uso do poder. Coisas que precisam acabar definitivamente é o velho e abjeto jeito de fazer política, esse sim, deve ser extirpado. O velho “toma lá, dá cá”, a venda de voto e coisas do tipo. Concordo que púlpito não é palanque, mas somos consciências livres e, político não deve ser simplesmente um despachante da igreja. A igreja deve participar de modo organizado, abrindo espaços de discussões, seminários, fóruns, participar de audiências públicas, propor e acompanhar por meio dos seus representantes as políticas públicas, especialmente aquelas que alcançam o maior número de pessoas. Expor suas convicções, sendo a consciência do governo e denunciar a corrupção. Muitas questões políticas trazem em si elementos morais e sociais importantes. Questões como a guerra, casamento entre indivíduos do mesmo sexo, aborto, pornografia, pobreza, proteção do meio ambiente, ideologia de gênero, liberdade religiosa, liberdade de expressão e opinião, além das questões da saúde, segurança, educação, saneamento, moradia, dentre outros. 

O Evangelho é boa nova com respeito à vida como um todo. O Evangelho todo inclui transformação de pessoas, famílias, sociedades e governos. A Igreja deve demonstrar o Evangelho, sendo influencia positiva no governo em todos os níveis deixando explicito o que Deus espera do governo, ou seja, um governo cada vez mais servo de Deus para o bem comum. 

Penso que o cristão tem outras obrigações além de votar consciente e orar pelos governantes. 
Independentemente de partido político a Igreja tem o seu papel de cobrar e de ser exemplo de honestidade e correção, e como tal deve ser a primeira a fugir do mal e buscar realizar o bem no âmbito pessoal e coletivo. Acreditar que o Senhor vai criar novo céus e nova terra, mas engajar-se no compromisso da construção de um mundo melhor, como sinal da manifestação do Reino de Deus na presente era mostrando que a última palavra será do bem. No seu papel profético a Igreja exerce uma função conscientizadora e perturbadora. Desvela os mecanismos desumanizadores, retirando as pessoas e as instituições da zona de conforto. 
Vamos acompanhar esse pleito para não ficarmos como vitimas depois. Vamos conhecer os candidatos na medida do possível: a sua história, ideologia, propostas, experiência, folha de serviço, formação, caráter, programa partidário, patrimônio declarado, alianças, vida pessoal, vocação, religião, passado, presente. Vamos participar e acompanhar, trocar ideias. 
Façamos a nossa parte! Participemos sim da política de nosso país.

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Mover de Deus = Palavra de Deus, oração e vida piedosa.


Resultado de imagem para prostrado em adoraçãoEscuto falar muito em "mover de Deus no louvor" e fico curioso para entender como é isso.
Sei que cantar e tocar instrumentos musicais é parte integrante de momentos onde "podemos" exaltar e adorar a Deus. Mas, será que é a exaltação e adoração a Deus que estão enfocando e buscando quando afirmam que houve um "mover de Deus", ou entendem esse mover simplesmente com autossatisfação, autoajuda ou palavras bonitas, melodias agradáveis que emocionam, ajudam a dançar, pular e embalar uma "boa festa" profana?

Será que o alvo dos tais "louvores" modernos são em Jesus ou no afagar do ego humano, num antropocentrismo que chega a irritar, na imitação de atos e costumes mundanos ou na prática de celebrações que visam lucro e fama pessoal? 
Será que o simples repetir a palavra Jesus faz de uma música uma forma de adoração a Deus ou toda a letra deve estar coerente e alinhada com a mensagem do Jesus da Bíblia?
Eu sei a resposta.
Vou resumir com as seguintes afirmações:

Todo mover de Deus sempre despertará nas pessoas o desejo ardente pela Palavra de Deus, pela oração e por uma vida piedosa, não por festas, shows ou momentos e prazeres passageiros que não se sustentam e não orientam nossa vida diante dos problemas e dilemas que ela nos traz.
Todo o mover de Deus nos direciona a Deus e não para pessoas.

Portanto, menos saltos e pulos, menos mãos "jogadas pra cima", menos exercício físico... e mais, muito mais, joelhos no chão, oração, intercessão, leitura e estudo da Bíblia, mais, muito mais, arrependimento, mudança de vida e quebrantamento... mais, muito mais vida no altar, adoração constante e diária a Deus... mais, muito mais, pregação bíblica, ensino bíblico, evangelismo pessoal e missões e JAMAIS, NUNCA... vidas num palco, fãs (isso é idolatria) e peripécias e artifícios humanos para "chamar a atenção pra si".

Palco é para artistas, não para adoradores.

Podemos festejar, celebrar...mas espera aí, tudo tem sua forma, local, motivação e objetivo corretos. Nem todos os cristãos são influenciados e infantis nesse sentido, há muitos cristãos que pensam e discernem as coisas.
Festa de verdade faremos nos Céus. 
Lá cantaremos juntamente com os anjos em adoração e louvor a Deus. Lá vamos "curtir" de verdade o mover de Deus.
Não perdemos por esperar essa grande festa.
Aqui, em suma, é trabalho. Festejamos depois.

"E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura." Marcos 16:15
"Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século." Mateus 28: 19,20. 

Magdiel Anselmo.




COMO ASSIM NÃO DEVEMOS JULGAR ? COMO ASSIM NÃO TEMOS AMOR?

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Tem muita gente que confunde o que significa julgar, advertir e repreender as pessoas com relação a procedimentos e atitudes incorretas, equivocadas ou pecaminosas com desamor e ausência de um espírito cristão. Tem muita gente que confunde o perdoar as pessoas com se omitir em falar a verdade.
As atitudes corretas de um cristão são julgar todas as coisas, reter o que é bom e não se omitir diante do erro. Isso nada tem a ver com falta de perdão ou de amor. Pelo contrário, exige muita disposição, responsabilidade e amor. Podemos e devemos perdoar as pessoas, porém jamais devemos nos calar diante do malfeito. Uma coisa não exclui a outra.
O grande problema não é julgar ou condenar como muitos asseveram mas que contrariando essa maioria, e fundamentados na Palavra devemos fazer, o grande problema é você não fazer o que exige que os demais façam. Aqui é que muitos erram. Mas o erro não está em repreender o erro do outro, mas sim em não ser coerente com sua própria repreensão.
Quando você não faz o que fala, prega, ensina ou aconselha, sua orientação, repreensão ou advertência tornam-se em meras palavras sem sentido e que em breve futuro, serão usadas contra você. É como ensinou o Senhor Jesus quando nos orienta que devemos primeiro olhar para nossos erros antes de corrigir os dos outros.
Sem dúvida, não está nos ensinando que não devemos julgar todas as coisas, mas sim devemos primeiro nos submeter a esse julgamento da Palavra (reta justiça). Julguemos sim pela Palavra tudo e todos. 
Entretanto, primeiro, nos submetamos a esse julgamento.
Não confundamos também esse princípio.

Não julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça. João 7:24
Julgai todas as coisas. Retende o que é bom. I Tess. 5:21
Não julgueis, para que não sejais julgados.
Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão. Mateus 7: 1-5

Pr. Magdiel G Anselmo

Maturidade Cristã

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Crianças são uma bênção de Deus. Todos já fomos ou somos crianças.
Mas, o problema é, devemos continuar como crianças ou temos que crescer?

Por isso quando mencionamos maturidade, logo pensamos em crescimento.
Crescer é algo normal para um ser vivo. 
O crescimento físico, mental e emocional de um ser humano também podemos considerar características comuns e esperadas para todos.
Quando não ocorre esse crescimento em alguma das áreas mencionadas, logo identifica-se um problema, uma enfermidade que assola aquela pessoa que a impede de crescer normalmente como todas as demais. 
O processo natural, ou seja, nascimento-criança-adolescente-jovem-adulto, transcorre naturalmente quando se tem boa saúde. Porém, essa boa saúde é consequência de uma vida regrada, de boa alimentação, bons costumes e sabedoria. Esse “pacote”, esse “kit vital”, produz uma vida saudável e naturalmente o crescimento, a maturidade. É também fácil identificar em que fase do processo natural uma pessoa se encontra. Se ela é criança terá características físicas, mentais e emocionais de criança, e assim também com as demais fases (adolescente, jovem e adulto). Quando não se passa de fase, algo muito grave está acontecendo e necessário é um acompanhamento mais próximo e até um tratamento mais individualizado. Ali existe uma enfermidade, uma doença que deve ser tratada de acordo com cada caso. 

Mas, e do ponto de vista espiritual?

A Palavra de Deus nos afirma que devemos também crescer espiritualmente (2 Pedro 3:18). É importante que cresçamos.Aqui também dá-se a importância de uma vida regrada, agora sob o prisma espiritual (oração (1 Tess. 5:17), contato diário com a Palavra de Deus (2 Tim. 3: 16,17; Jer. 15:16), frequência regular em igreja local (Hebreus 10:25)…), uma boa alimentação espiritual (leitura, meditação e estudo da Palavra de Deus, atenção as mensagens de Deus comunicadas em pregações, estudos bíblicos, Ebd’s, (se possível, cursos teológicos), etc) e obediência a essa Palavra (sabedoria, aplicação à vida de tudo que aprende de e com Deus (exercícios) Tiago 1:22).
Da mesma forma, quando não há crescimento espiritual, algo muito grave está ocorrendo. Há ali uma enfermidade espiritual. Há ali uma debilidade espiritual que foi provocada pela ausência de uma vida regrada espiritualmente. O tratamento deve ser emergencial e realizado com amor e responsabilidade. Mas, como identificar um crente que tem muitos anos de vida cristã, porém não cresceu, não cresce, continua uma criança espiritual, um crente que sofre de enfermidades que impossibilitam seu crescimento? Há uma forma que aprendi. Há muitas semelhanças nas atitudes e postura de uma criança física, mental e emocional com uma criança espiritual. 
Observe:

  • Uma criança em geral fala muito e sobre o que não entende;
  • Uma criança em geral é muito egoísta (tudo é “meu”, tudo é “eu”);
  • Uma criança em geral brinca muito e muitas vezes em momentos inadequados;
  • Uma criança em geral briga à toa e por coisas que não são importantes para os adultos;
  • Uma criança em geral dorme muito e em qualquer lugar;
  • Uma criança em geral gosta muito de doce, guloseimas (o doce em excesso engorda, mas engordar não é crescer.);
  • Uma criança em geral é muito sentimental, passional (vive pelo que sente, é muito sensível, chora por qualquer coisa, faz birra, “fica de bico”);
  • a criança em geral é muito melindrosa, se magoa muito fácil (“fica de mal”);
  • Uma criança em geral é muito crédula (acredita em tudo e não questiona as coisas quando confia na pessoa);
  • Uma criança em geral não gosta de ser disciplinada, corrigida e muito menos repreendida (não entende que fez algo errado);
  • Uma criança em geral gosta muito de barulho, de “bagunça” (e geralmente em momentos impróprios);
  • Uma criança em geral é fantasiosa (exagera as coisas, fantasia tudo);
  • Uma criança em geral não tem equilíbrio (não tem firmeza, é inconstante);
  • Uma criança em geral é fraca (não tem força, precisa sempre de ajuda);
  • Uma criança em geral não entende coisas difíceis, complexas (ela ainda é criança…)
São apenas algumas semelhanças. 
Mas, já nos auxiliam na identificação e no diagnóstico. Como elas podem crescer? O que fazer ? Ora, se submeter a vida regrada que já mencionei. Os adultos espirituais devem ajudá-los nisso. Servir a estas crianças o bom alimento, acompanhá-las e entender que são crianças e muitas com agravante, são crianças-doentes e devem ser tratadas como tal, somente assim crescerão de forma sadia.E como saber se iniciaram o processo de crescimento?
Veja, observe os sinais. Quais?
Menciono alguns:

  • Amam a Deus e as pessoas indistintamente? (Principais mandamentos)
  • Perdoam as pessoas por mais que as prejudiquem? (Sermão da Montanha)
  • Renunciam seus interesses em prol do Reino de Deus? (Mat. 6:33)
  • Buscam propagar e cultivar a paz entre as pessoas? (As Bem Aventuranças)
  • Discernem as situações e pessoas espiritualmente?
  • Pedem sabedoria a Deus em momentos difíceis da vida? (Tiago 1:5)
  • Aplicam a mansidão no falar e agir? (Tiago 1:20)
  • Se consideram felizes, mesmo com problemas? (Carta aos Filipenses)
  • Tem paciência com as pessoas e consigo mesmo? (Fruto do Espírito)
  • São equilibradas emocionalmente? (Gál. 5 – O Fruto do Espírito)
Se emitem esses sinais, ou a maioria desses, estão crescendo, rumando a maturidade desejada e esperada por Deus. 
Louve a Deus por isso! 
Por fim, observe, identifique a faixa-etária com a qual convive, congrega, lidera ou pastoreia. Não trate crianças como adultos e vice-versa. Entenda, discirna, abençoe. Cresçamos então, e ajudemos nossos irmãos a crescer, para a Glória de Deus.

Pr. Magdiel G Anselmo.

domingo, 5 de agosto de 2018

PORQUE CREIO NA BÍBLIA



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Ainda hoje encontramos quem questione a autoridade, inerrância e suficiência das Escrituras, e por vezes, os encontramos em nosso meio. Por isso, resolvi escrever este artigo que pode facilitar no entendimento desta importante questão e ajudar no esclarecimento de alguns pontos pertinentes.
Para eu crer que a Bíblia é a Verdade, que é a Palavra de Deus, Ela precisa ser uma mensagem confiável e sem dúvida, verdadeira. Isto envolve ser Ela um documento sem falhas nas suas afirmativas, inclusive nas proféticas, e coerente nas suas argumentações e narrativas. 
Além disso, cremos que somente Ela responde às questões espirituais com coerência, equilíbrio e autoridade vindas de Deus. 
Sendo assim, analisemos alguns fatores que auxiliam na confirmação da veracidade e credibilidade das Escrituras, mas sempre levando em consideração que todos estes fatores (mesmo juntos) não trarão argumentos completos ou perfeitos acerca disso, pois todas as respostas humanas e/ou racionais ficarão aquém de serem satisfatórias necessitando para sua perfeição da adição do espiritual (fé). 
Entretanto, mesmo sem esta adição fundamental para seu entendimento (o espiritual, a fé), ainda assim, a credibilidade da Bíblia é fortemente defendida por sua singularidade no que diz respeito a documentos históricos de longa data e também pelas razões expostas a seguir. 

I. RAZÕES FILOSÓFICAS

a.    O Paradoxo Nada e Criação
A Bíblia tem uma resposta única sobre o porquê e como do nada algo veio a existir. Ela apresenta a criação como algo limitado pelo tempo e espaço, o que é cientificamente coerente. Uma vez que a criação é limitada, ela não pode criar a si mesma. O nada, nada cria. A criação precisa necessariamente vir de algo além tempo e espaço, uma vez que estes dois sendo parte do universo criado, eles também consequentemente foram criados. E a força criadora se é criadora, precisa ser inteligente, portanto um ser. Concluindo, um ser inteligente, não limitado ao tempo (início e fim) e espaço (infinito), só pode nos levar ao conceito de Deus, o criador.

b. O Paradoxo Máquina e Inteligência
Como algo mecânico, como, por exemplo, um liquidificador, pode criar algo mais, e ainda mais, criar algo inteligente. A grande questão é como o universo, que é mecânico, poderia ter criado o ser humano, inteligente (que raciocina sobre sua pessoa, universo, e age criativamente) e espiritual (com conceitos de eternidade, certo e errado, estético, ética, etc...). A Bíblia, tomando o conceito de Deus, um ser inteligente e espiritual, pode explicar a criação de um universo mecânico (planetas, a química, a física, a biologia), e como pode ser criado um ser humano. Isto é, Deus o criou excepcionalmente à Sua imagem e semelhança, portanto, um ser também espiritual. Não igual a Deus, mas semelhante a Ele.

c. Paradoxo Mal e Bem no Ser Humano
Um dos aspectos mais intrigantes sobre o ser humano é que ao mesmo tempo em que ele é uma criatura maravilhosa, ele também é marcado pelo mal. O Deus da Bíblia é o Deus que cria o Homem à sua imagem e semelhança. Assim, o Homem é um ser criativo em essência, mas também significativo moralmente falando.  À princípio e no princípio, o Homem podia escolher estar com Deus ou contra Deus. Como o Homem escolheu estar contra Deus, ele carrega a incrível marca da imagem e semelhança de Deus, ao mesmo tempo em que revela a presença do mal e da corrupção em si, isto é, a ausência da obediência a Deus.

II. RAZÕES TEOLÓGICAS

a. A Questão da Imanência e Transcendência de Deus
O conceito de Deus na Bíblia é único no que se refere ao descrever com equilíbrio os atributos de Deus. Deus é transcendente. Ele é Criador, e não faz parte da criação. Ele é distinto e separado. Ele transcende nossa realidade. O Deus da Bíblia não está sujeito as limitações da criação como o Panteísmo (tudo é Deus) ensina, principalmente nas religiões e filosofias orientais.
Mas Deus, sendo transcendente, separado da criação, não está longe e inacessível como o Deísmo ensina (Deus criou, mas é indiferente a criação, que funciona automaticamente com as suas leis). O Deus da Bíblia é Imanente. Ele está presente no meio da criação. Ele se importa com sua criação, bem como controla, cuida e provê tudo que entende ser necessário para Sua criação (É um Rei que reina efetivamente).

b. A Questão da Justiça e Misericórdia de Deus
O conceito de Deus na Bíblia é único também pelo equilíbrio entre justiça e misericórdia (Graça). O Deus da Bíblia é Deus porque é perfeito moralmente (Santo). E por isso Ele é justo e não se coaduna com nada que seja incorreto. Ele jamais vai ficar indiferente ao erro humano, e assim conceder um perdão imoral, como alguns gostariam.
Mas se Ele é Deus Ele precisa ser também amor, ou seja, um Deus misericordioso. Por isso o Deus da Bíblia se interessa pelo ser humano que é falho diante da justiça e santidade Dele. E ao se interessar pelo ser humano, Ele provê possibilidade de perdão por meio da Cruz, aonde a justiça divina é cumprida, não maculando o caráter de Deus.
E ao mesmo tempo revela a misericórdia/graça de Deus, pagando Ele a dívida da culpa do ser humano diante da justiça Dele. Portanto, Ele é um Deus que sabe, ao contrário do que os ensinos não bíblicos ensinam, que nenhum ser humano jamais poderá ser perfeito por si mesmo diante de Deus. E assim Ele vem ao encontro do Homem com a Graça da Cruz.

III. EVIDÊNCIAS EXTERNAS DA VERACIDADE DA BÍBLIA 

 a. Historicidade
No fim do século XIX e começo do XX, o ser humano atingia um patamar de um novo dia no mundo do conhecimento, e isto como culminação de um processo de revolução científica.
Mas o ser humano, no seu orgulho característico, “dançou mais rápido do que a música”, e num sentido de super confiança partiu para certas conclusões. Isto foi sentido em muitas áreas, inclusive no estudo crítico da Bíblia nas universidades e escolas científicas. A veracidade da história bíblica foi duvidada, questionada, e isto infiltrou inclusive o meio religioso. “Acharam” que as histórias na Bíblia foram frutos de pessoas simples no deserto, quando à noite, ao redor do fogo, inventaram suas lendas.
Infelizmente, para estes críticos e historiadores antibíblicos, foram e são encontrados e descobertos vários achados arqueológicos que comprovam a veracidade e precisão das histórias, localidades, acontecimentos e personagens bíblicos.

b. Profecia
Deus disse ao povo de Israel que se um profeta profetizasse e sua profecia não se cumprisse, esse seria um falso profeta (Deut. 18:22). Se Deus assim falou, isto também se aplica a Bíblia. Para a infelicidade dos adivinhadores, essa medida não se aplica a eles. Buda, Confúcio ou Lao-Tse, não fizeram nenhuma predição, e o Alcorão só fez uma do retorno de Maomé a Meca, mas com ela já para se cumprir.
A Bíblia, por sua vez, contém somente no AT 2.000 predições, e não são dizeres vagos como dos astrólogos e adivinhadores. Destas predições, centenas já se cumpriram como haviam sido profetizadas e as outras estão para se cumprir, também como foram anunciadas.
Certamente as profecias mais impressionantes são aquelas sobre Cristo. Séculos antes Miquéias (5:2) predisse a cidade do nascimento de Cristo. Isaías (7:14) falou da natureza do nascimento e também da morte vicária (53).
Muitas outras profecias são verificadas na história bíblica demonstrando a seriedade do aspecto profético na Bíblia.
O resultado é que a Bíblia conta com um argumento muito forte a favor de sua autoridade: suas profecias, que sempre se cumprem.

 c. Confiabilidade
Não há razões conhecidas para se duvidar da integridade dos escritores bíblicos. Aliás, muitos foram à morte com suas afirmações. A honestidade e a integridade dos escritores da Bíblia constituem comprovante da autoridade bíblica que reveste seus escritos. Mesmo assim sempre existe a questão se os documentos bíblicos são fidedignos. Algumas provas são suficientes para tal.

·        O NT é tremendamente substanciado pelos 5.500 manuscritos, e a conclusão é que os livros e cartas do NT tiveram sua origem no século I, inclusive 15/20 anos após a morte de Cristo. Isto é, eles foram escritos e analisados por testemunhas oculares da vida, morte e ressurreição de Cristo.
·        Há também grande variedade de manuscritos, inclusive traduzidos para outras línguas além do grego, bem como testemunho e citações do NT dos pais da Igreja do primeiro século, que revelam uma total confiabilidade nesses livros e cartas.
·        Com relação ao AT, em 1947, um jovem beduíno estava procurando uma ovelha perdida nos arredores do Mar Morto e ao jogar uma pedra numa das cavernas ouviu um barulho diferente. Foi verificar e encontrou jarros de barro com rolos antigos dentro. Grandes partes desses rolos eram cópias do AT. Haviam sido escondidos ali provavelmente pela comunidade de Qnram, um grupo monástico judaico. Estes manuscritos foram datados de 100 a.C. A surpresa maior foi que ao se verificar esses manuscritos as diferenças entre eles e nosso AT atual é mínima, apenas variando alguns termos sem relevância para a mensagem e conteúdo.

Em suma, quando homens sadios mentalmente, dotados de reconhecida integridade moral, reivindicam inspiração divina e oferecem como evidência o fato de haverem mantido comunicações com o Cristo ressurreto, todas as pessoas de boa fé, que buscam a verdade, precisam reconhecer a realidade desses fatos.

d. Influência
Nenhum livro tem influenciado tanto o mundo como a Bíblia. Nenhum outro livro tem sido publicado, mais lido e traduzido no maior número de línguas. Mais de 1.280 línguas atualmente. Nos últimos trinta anos, sem falar das outras organizações, a SBB tem publicado uma Bíblia a cada três segundos dia e noite, para atender a demanda de Bíblias. A Bíblia tem sua influência nas mais variadas áreas do conhecimento humano. Na literatura e ensino a influência é única. Se todas as cópias da Bíblia fossem destruídas, ela poderia ser reconstruída facilmente pelas citações dela feita em outros livros.

e. Indestrutibilidade
Nenhum livro tem sido tão perseguido e atacado. Já vimos como os estudiosos críticos do século XX a atacaram, mas ela sobreviveu. Tem sido combatida por aqueles que deviam amá-la, mas tem sobrevivido a tudo e a todos.
Mesmo tendo sido escrita muito antes da invenção do papel e da imprensa, tendo sido copiada várias vezes e traduzida para várias línguas, não diminuíram sua exatidão e existência. Ela sobrevive.
Muitos têm tentado queimá-la, bani-la ou torná-la ilegal, desde os romanos até os comunistas. Mas ela tem sobrevivido.
Voltaire, uma das grandes mentes por de trás da revolução francesa, disse que em um período de cem anos o Cristianismo seria varrido da história e esquecido. Ele morreu em 1778. Cinquenta anos depois de sua morte, a Sociedade Bíblica de Genebra comprou a casa e a imprensa dele para publicar Bíblias. A Palavra de Deus tem sobrevivido.
Certamente, há algo de completamente incomum e sobrenatural na história deste livro.

IV. EVIDÊNCIAS INTERNAS DA VERACIDADE DA BÍBLIA 

a. Autoafirmação de Autoridade
No AT a expressão comum é: “... assim diz o Senhor”, e outras semelhantes que aparecem mais de 2.000 vezes. Moisés e os profetas falaram com convicção que suas palavras vinham do Senhor. Pedro coloca bem (2 Pedro 1:21) este aspecto: “Porque nunca jamais foi qualquer profecia dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”
O Senhor Jesus impressionava seus ouvintes porque Ele falava com autoridade incomum (Marcos 1: 22). Paulo reconhecia seus escritos como ordenados pelo Senhor (1 Cor. 14: 37).
Os livros ou epístolas quando escritos eram imediatamente reconhecidos pelos seus escritores como sendo especiais e divinos em sua origem e processo. Mesmo quando do reconhecimento formal da Igreja (Cânon), a maior parte deste Cânon Bíblico já era naturalmente aceito antes mesmo da oficialização da sua canonicidade.

b. Unidade de Conteúdo
A Bíblia é única em sua harmonia quando consideramos sua origem. Como já vimos, ela foi escrita num espaço de aproximadamente 1600 anos, de Gênesis a Apocalipse. Ela tem cerca de 40 ou mais autores das mais diferentes condições. Veja alguns exemplos: 
Moisés – criado na corte como um príncipe.
Pedro – um pescador 
Amós – um boiadeiro (peão)
Josué – um general (militar) 
Daniel – primeiro-ministro (um político)
Lucas – um médico
Salomão – um rei (governante)
Mateus – um coletor de impostos (funcionário público)
Paulo – um rabino (religioso)

Além disso, foi escrita nos mais diferentes lugares, como: no deserto, num fosso, no palácio, na prisão, em viagem, numa ilha de exílio e na guerra. Às vezes escritas com alegria, outras com tristeza. Foi escrita em três continentes: Ásia, Europa e África. Escrita em um dialeto, o aramaico, e em duas línguas, o hebraico e o grego. Trata de assuntos dos mais diversos e difíceis. 
 Mas em tudo isso, e com tudo isso, a Bíblia tem uma harmonia no seu conteúdo que é inigualável. O paraíso que é perdido em Gênesis é recuperado no Apocalipse, e entre os dois livros, é revelado o método para que houvesse esta recuperação e restauração. É a história desenrolando-se e Deus redimindo o Homem. Se dez pessoas, da mesma origem e condições, tivessem a tarefa de escrever sobre um mesmo assunto, certamente elas não escreveriam com tamanha harmonia e precisão que a Bíblia possui em condições tão diversas e adversas. 
Concluo este ponto, citando o cientista britânico, Alan Hayward, que escreveu: 
“Harmonia não acontece apenas. Se a orquestra está tocando bem, nós podemos deduzir a existência de um maestro. Nós podemos ser muito cegos e não ver a mão que guiou os quarenta escritores bíblicos, mas a harmonia deles é evidência que Ele existe.”[1]

c. Poder Transformador
A Bíblia se destaca acima de todos os livros pelo seu poder de transformação da pessoa humana. Aquele que é alcançado pela Graça de Deus, aprende sua mensagem e a obedece é nova criatura. Sua mensagem central é a redenção do Homem através de Jesus. Essa mensagem tem transformado milhões de vidas. De todas as partes do mundo, de todos os caminhos da vida. A Bíblia, com sua mensagem redentiva tem transformado milhões de vidas. Ao trazer a pessoa de volta a Deus, o ódio tem dado lugar ao amor, a desonestidade à honestidade, a amargura à alegria, a perturbação à paz e a guerra à reconciliação. Milhares e milhares têm experimentado esse poder; viciados em drogas têm sido curados pela Palavra de Deus; delinquentes têm sido transformados; o ódio tem cedido lugar ao amor; tudo isso pela leitura da Bíblia (1 Pedro 1: 22).
Veja algumas frases de algumas de pessoas que foram transformadas após iniciar a leitura ou ouvir a pregação da mensagem da Bíblia:
 
“Desde que comecei a orar, eu vejo minhas opiniões de personalidade mudar”.[2]
 “Eu tinha uma vida preocupada apenas com problemas sociais e econômicos... Eu era frustrado e preocupado... Deus era apenas um produto da imaginação... Durante a eleição eu ouvi a pregação da Bíblia e me converti...”.[3]
 “... quando eu tinha dezesseis anos eu era um ateu, e aos dezoito eu era o organizador dos jovens comunistas em nossa fábrica..., mas após ouvir uma exposição da mensagem bíblica hoje eu sou seguidor de Jesus... Lenin ensinou-me que você muda o Homem mudando a sociedade. Jesus ensinou-me que você muda a sociedade mudando o Homem”.[4]

Considerações Finais 
A Verdade

A Verdade de Deus para a vida do ser humano é conhecida e estabelecida pela referência imutável e adequada, A Bíblia. Nela está a verdade de Cristo. O ser humano nunca terá a certeza de crer e viver a verdade de Deus se ele se basear no seu sentimento, numa tradição, opinião de homens. E mais, a verdade, como a verdade da Bíblia, é sempre exclusiva. Isto é, não é possível haver duas verdades. Por isso o Senhor Jesus Cristo, e, portanto a Bíblia, é a única verdade, ou não é a verdade. Qualquer outra fonte que se consultar na busca da verdade de Deus precisa ser testada pela Bíblia, e nunca a Bíblia ser testada por outra fonte, e nem ser a outra fonte igualada à Bíblia. Por isso o grande lema da Reforma era (e é): “Somente as Escrituras” (João 14:6; 17:17).


Prof. Pr. Magdiel Anselmo.



[1] HAYWARD, Alan. God’s Truth. p. 97. Thomas Nelson Publisher. NYC. EUA. 1983.
[2] Lewis, C. S. grande escritor e professor da Universidade de Literatura de Cambridge. Em 1931, após sua conversão e lendo a Bíblia disse esta frase.
[3] Charlie Abero, da Índia.
[4] Jan Chelsicky, da antiga Tchecoslováquia.




sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Perdoar não é esquecer.


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Um irmão me procurou muito preocupado e até um tanto desanimado. Quando o questionei do porquê estar daquele jeito, ele afirmou com tristeza:
- Pastor, eu não consigo perdoar.
E continuou:
- E se eu não consigo perdoar, a Bíblia afirma que Deus também não me perdoará. Isso está acabando comigo. 
Eu então desejei saber o que o levou a pensar assim. Por que estava convicto que não conseguia perdoar.
E então ele me disse:
- Eu sei que não consigo perdoar porque eu não consigo esquecer o que me fizeram de ruim. A Bíblia afirma que quem perdoa, esquece. Isso não ocorre comigo. Eu não consigo esquecer...
A conversa que tive com ele a seguir foi em uma tentativa de explicar que esse conceito não é a interpretação fiel das Escrituras. E esse acontecimento me fez pensar sobre o que ouvimos de muitas pessoas sobre o perdão. O trecho bíblico usualmente mencionado nessas ocasiões é o de Jer. 31:34, onde Deus diz: "Perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei". Alguns pensam que esse versículo nos diz como devemos perdoar. Há porém, pelo menos dois problemas com essa definição e interpretação de perdão:

Primeiro, não é realista. A nossa mente não funciona dessa forma e a nossa memória é poderosa. A tentativa de esquecer o que alguém cometeu contra nós servirá como incentivo para lembrá-lo. Deus não apaga, deleta nossa memória por completo quando perdoamos alguém.

Podemos até não lembrar com a mesma frequência com que lembrávamos, mas um cheiro, um local, um fato ocorrido, etc... poderá fazer com que lembremos da ofensa ou da humilhação do passado. Continuaremos lembrando de nosso passado. Isso é um fato inquestionável.

Segundo, não é bíblico. A passagem em Jeremias não diz que Deus sofre de amnésia quando olha para nós. Se nós, seres humanos, não esquecemos nosso passado, imagine então Deus. 

O nosso Deus onisciente não esquece nada. A palavra "lembrar", aqui, não é relacionada à "memória", mas sim à "promessa", à "aliança". Deus promete que, quando nos arrependemos e confessamos os nossos pecados: "Eu não tratarei vocês do jeito que seus pecados merecem. Em vez disso, Eu lhes perdoarei".

É por isso que o perdão é tanto um evento do passado quanto um processo que continuará no futuro. É uma promessa que fazemos no passado e que cumpriremos no futuro. Quando isso é feito, a lembrança das ofensas menores normalmente se dissipa. A de ofensas maiores, provavelmente não.

Veja esses exemplos: Um cônjuge traído nunca esquecerá a traição. Uma pessoa que foi abusada sexualmente nunca esquecerá disso. Um filho que foi espancado pelo pai nunca esquecerá esse acontecimento. Um pai que foi desprezado pelo filho não esquecerá tal fato. E assim tantos outros...

Mas, mesmo assim, cada uma dessas pessoas pode praticar o perdão bíblico. Elas podem fazer uma promessa e permanecer fiéis a essa promessa ao longo do tempo. É muito importante que entendamos as duas dimensões do perdão. Senão nos desviaremos para uma das duas direções opostas, sendo que ambas são igualmente erradas: 
1) seremos atormentados por dúvidas e nos perguntaremos se, de fato, perdoamos aquela pessoa, porque acreditamos que perdoar é igual a esquecer. 
2) nós cederemos à amargura sem perceber, porque pensamos que, já que perdoamos alguém no passado, podemos nutrir e guardar alguns restos daquela mágoa no presente.
Como entender definitivamente o perdão bíblico, então:

a) Perdoar não é esquecer a ofensa. Perdoar é mesmo lembrando da ofensa, não tratar o ofensor como ele mereceria ser tratado.

b) Perdoar não é esquecer a humilhação ou o prejuízo, mas mesmo lembrando, não levar mais em consideração aquele sentimento que nos destruía. Antes, renunciamos a ele e praticamos o amor cristão.

c) Perdoar é não guardar mágoa ou rancor no coração, antes ter uma postura de reconciliação e misericórdia.

d) Perdoar não é pedir desculpas. Existe uma imensa diferença entre desculpas e perdão. Por ex. se eu derrubo um copo de suco acidentalmente sobre alguém, eu devo pedir desculpas e ajudar a pessoa na limpeza. Mas, suponhamos que eu estava irritado e joguei o suco em alguém de propósito. Isso não é acidente, isso é pecado. Devo então reconhecer que pequei, assumir o erro e pedir perdão.

Encerro esse artigo ilustrando-o com uma história que li:

"Certa vez, um oficial turco assaltou e saqueou a casa de um armênio. Matou os pais idosos e entregou as suas filhas aos soldados, ficando a mais velha para si.  Algum tempo depois, ela conseguiu escapar e se formou como enfermeira. Com o passar do tempo, encontrou trabalho numa guarnição de oficiais turcos. Certa noite, à luz de uma lanterna, ela viu o rosto daquele oficial. A sua doença era tão grave que, sem cuidados excepcionais, estaria entregue à morte. 
Os dias se passaram e ele se recuperou. Um dia, o médico, se aproximando de sua cama com a enfermeira, lhe disse: "Se não fosse a devoção dela, você estaria morto". Ele olhou para ela e disse: "Nós já nos encontramos antes, não é?" "Sim", ela disse, "me lembro bem... nós já nos encontramos". Ele perguntou: "Por que você não me matou?" e ela então respondeu:
  "Eu sou uma seguidora daquele que disse: Amai vossos inimigos".

Pela maravilhosa Graça de Deus, imitemos essa irmã em Cristo nas nossas vidas e relacionamentos.

Deus nos abençoe.

Pr. Prof. Magdiel G Anselmo.


quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Esposa de pastor, mulher de Deus.


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Escrevi sobre esse tema algum tempo atrás e resolvi escrever novamente porque minha esposa merece, e sei que todas as outras esposas de pastor merecem ser honradas e não somente lembradas em discussões teológicas, seja qual linha, pensamento, conceito ou teoria seja a mais correta e bíblica. 
A boa teologia jamais desprezará as honras devidas às diversas pessoas existentes e participantes da Igreja de Cristo. Portanto, façamos e ensinemos a boa teologia, mas não nos esqueçamos das pessoas, dos salvos, que são a razão de Cristo morrer na Cruz.
Dito isso, vamos a minha exposição e entendimento sobre o tema.
Desejo partilhar convosco duas experiências que vivi que se relacionam diretamente com a questão que abordarei aqui.
 A primeira se deu outro dia e fiquei incomodado com este episódio. Fui convidado para ministrar uma palestra em uma instituição cristã e ali estive juntamente com minha esposa, a pastora Adriana. Depois de apresentados os convidados e os visitantes naquela oportunidade, assim fui apresentado:

Temos a alegria e honra hoje em receber o pastor Magdiel Anselmo, professor, teólogo, historiador, doutor e palestrante dessa tarde e estamos ansiosos por ouvi-lo...
E alguém então rapidamente, enquanto o irmão ainda falava sobre a importância do assunto que seria exposto por mim, entregou-lhe um bilhete. Ele então após lê-lo, disse:
- Cometi um grave erro aqui... Esqueci de dizer que juntamente com o pr. Anselmo também nos alegramos com a presença de sua esposa. E continuou com o que falava antes.
Sequer disse o nome de minha esposa.

A segunda experiência ocorreu há alguns anos quando da ocasião do aniversário de minha esposa. A igreja após o culto preparou uma comemoração organizada “às escondidas” para surpreendê-la. Havia um grande bolo, salão decorado e todos ali para abraçá-la e agradecer a ela pelo seu trabalho como pastora e desejar-lhe os parabéns naquele dia. 
Quando chegamos a nossa casa, ela me confessou o seguinte:
- Sempre nesses anos todo de seu ministério, presenciei com alegria você recebendo presentes e sendo homenageado no dia do seu aniversário ou no dia do pastor. Muitas vezes estava ali junto com os irmãos preparando toda a festa, etc... Alegro-me com isso ainda hoje. Porém, foi a primeira vez que se lembraram de mim assim. Estou muito feliz. Sinto-me valorizada pela igreja e entendo que esse foi um presente de aniversário dado por Deus.
Não sei para você, mas essas experiências me fizeram refletir sobre esta questão.

Não importa se sua esposa, querido pastor, é chamada, consagrada ou ordenada ao ministério pastoral, ou mesmo se é mais uma irmã na igreja, chamada simplesmente e equivocadamente de “esposa do pastor” (sem nome). Não é essa a questão aqui. Não me importa também se crê ou admite o ministério pastoral feminino ou se admite esse ministério feminino somente quando a mulher é esposa de um pastor ou ainda, se entende que dons de pastor, mestre ou para liderança dão dados somente para homens. Por favor, não desejo entrar nesse terreno minado que, se não for tratado com o devido cuidado, mais produz desavença e feridas do que harmonia e edificação. Claro que tenho minha posição e opinião formada e fundamentada na Bíblia quanto a essas questões. Entretanto, não desejo aqui dissertar ou discutir sobre tal tema, quem sabe no futuro até escreva sobre isso, mas não agora. O que desejo é perguntar aos meus nobres colegas de ministério o seguinte: "O que seriam de nossos ministérios sem elas?"

Seja sincero, pense bem, como você faria para pastorear adequadamente sem o apoio, os cuidados, a presença, a compreensão, os ouvidos, o carinho, o amor e principalmente, as orações de sua esposa?

Outro dia minha esposa me disse: “É preciso ter coragem e vocação para ser esposa de um pastor”.

Penso que é uma verdade. Ser esposa de pastor não deve ser fácil. 
É ela quem está conosco nos bons e maus momentos de nosso ministério. Que muitas vezes ouve nossas queixas e suporta nossa irritabilidade. Quem vê nossas lágrimas e conhece apenas de olhar em nossos olhos. É ela quem nos protege em Cristo inúmeras vezes, nos cobrindo com suas intercessões diante de Deus.
Mas também é ela que muitas vezes é desprezada, colocada de lado, ignorada em suas necessidades e que divide seu marido com dezenas de outras pessoas.
Nós, ocupados com a lida ministerial, não percebemos que tal como nós, ela também precisa de pastoreio, amparo e compreensão. E além de tudo de nossa presença e amor.

Pensando nisso, seguem algumas sugestões a todos nós pastores:

1. Invista em sua esposa ouvindo-a
 Dedique tempo para ouvi-la, para descobri-la como pessoa ímpar e não somente alguém que existe para tomar conta de suas necessidades. Ao ouvi-la você está dizendo que se preocupa com o que ela se preocupa. Sem julgamentos, sem opiniões, sem soluções inteligentes. Só ouça.
Ouvir atentamente é uma maneira convincente e eloquente de dizer: Eu Te Amo.
Ouvir sua esposa é um dos maiores presentes que você pode dar.

2. Invista em sua esposa partilhando com ela
Compartilhe seus sonhos, sua visão com ela. Compartilhe seus medos também, não “entupindo-a” com todas as coisas negativas que estejam acontecendo, mas sendo pessoalmente vulnerável, dizendo-lhe como pode orar por você.
Isso faz com que a esposa se sinta útil e parte integrante do seu ministério e que vocês dois formam uma equipe de verdade.

3. Invista em sua esposa espiritualmente
Seja por um, seja por vários dias, ou mesmo por uma tarde ou uma noite, compartilhe alvos pessoais, espirituais, e ambos orem um pelo outro. Invista espiritualmente um no outro ouvindo juntos um DVD inspirativo ou lendo um livro empolgante e rico em introspecção. Compartilhe a Palavra um com o outro, não como material para sermão, mas para o próprio crescimento pessoal de cada um com Deus, como pepitas bem enterradas e maravilhosas que nos inspiram a prosseguir.

4. Invista em seu Casamento
Comemore seu relacionamento. Faça festa por ele. Deem boas risadas. Lembrem os bons momentos existentes em seu casamento.
Tenha momentos de lazer com sua esposa. Passeie com ela, viaje com ela, se divirta com ela.
Diga a ela o quanto a ama, e pratique esse amor diariamente.
Mesmo que digam que isso é ultrapassado, seja romântico.

5. Invista em sua esposa ministerialmente
Descubra os dons e talentos que Deus deu a ela.
Proporcione a ela oportunidades para usá-los e aperfeiçoá-los.
Honre-a diante da congregação e ensine aos irmãos a importância das esposas.
Ensine a igreja a respeitá-la.
Seja bom marido em casa e na igreja.
E acima de tudo, ame a sua esposa.
Valorize-a. Ela merece.

“A esposa é para o marido, o que a Igreja é para Cristo”.

Ps.: Ah sim, a esposa de pastor tem nome!

Em Cristo,
Pr. Magdiel G Anselmo.

Obs. escrevi este texto a alguns anos e acrescento a ele agora um outro fator importante. Há alguns anos fiquei muito enfermo e não pude exercer minhas atividades como antes. E quem ficou ao meu lado o tempo todo me apoiando, orando, ajudando, sempre com muito amor e carinho? Minha querida e amada esposa.
Sem ela não conseguiria suportar o que passei. Por isso, louvo a Deus por tê-la ao meu lado.
Querido irmão e colega de ministério, ame sua esposa. Haverá certos momentos em sua vida que somente Deus e ela estarão contigo.