domingo, 5 de agosto de 2018

PORQUE CREIO NA BÍBLIA



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Ainda hoje encontramos quem questione a autoridade, inerrância e suficiência das Escrituras, e por vezes, os encontramos em nosso meio. Por isso, resolvi escrever este artigo que pode facilitar no entendimento desta importante questão e ajudar no esclarecimento de alguns pontos pertinentes.
Para eu crer que a Bíblia é a Verdade, que é a Palavra de Deus, Ela precisa ser uma mensagem confiável e sem dúvida, verdadeira. Isto envolve ser Ela um documento sem falhas nas suas afirmativas, inclusive nas proféticas, e coerente nas suas argumentações e narrativas. 
Além disso, cremos que somente Ela responde às questões espirituais com coerência, equilíbrio e autoridade vindas de Deus. 
Sendo assim, analisemos alguns fatores que auxiliam na confirmação da veracidade e credibilidade das Escrituras, mas sempre levando em consideração que todos estes fatores (mesmo juntos) não trarão argumentos completos ou perfeitos acerca disso, pois todas as respostas humanas e/ou racionais ficarão aquém de serem satisfatórias necessitando para sua perfeição da adição do espiritual (fé). 
Entretanto, mesmo sem esta adição fundamental para seu entendimento (o espiritual, a fé), ainda assim, a credibilidade da Bíblia é fortemente defendida por sua singularidade no que diz respeito a documentos históricos de longa data e também pelas razões expostas a seguir. 

I. RAZÕES FILOSÓFICAS

a.    O Paradoxo Nada e Criação
A Bíblia tem uma resposta única sobre o porquê e como do nada algo veio a existir. Ela apresenta a criação como algo limitado pelo tempo e espaço, o que é cientificamente coerente. Uma vez que a criação é limitada, ela não pode criar a si mesma. O nada, nada cria. A criação precisa necessariamente vir de algo além tempo e espaço, uma vez que estes dois sendo parte do universo criado, eles também consequentemente foram criados. E a força criadora se é criadora, precisa ser inteligente, portanto um ser. Concluindo, um ser inteligente, não limitado ao tempo (início e fim) e espaço (infinito), só pode nos levar ao conceito de Deus, o criador.

b. O Paradoxo Máquina e Inteligência
Como algo mecânico, como, por exemplo, um liquidificador, pode criar algo mais, e ainda mais, criar algo inteligente. A grande questão é como o universo, que é mecânico, poderia ter criado o ser humano, inteligente (que raciocina sobre sua pessoa, universo, e age criativamente) e espiritual (com conceitos de eternidade, certo e errado, estético, ética, etc...). A Bíblia, tomando o conceito de Deus, um ser inteligente e espiritual, pode explicar a criação de um universo mecânico (planetas, a química, a física, a biologia), e como pode ser criado um ser humano. Isto é, Deus o criou excepcionalmente à Sua imagem e semelhança, portanto, um ser também espiritual. Não igual a Deus, mas semelhante a Ele.

c. Paradoxo Mal e Bem no Ser Humano
Um dos aspectos mais intrigantes sobre o ser humano é que ao mesmo tempo em que ele é uma criatura maravilhosa, ele também é marcado pelo mal. O Deus da Bíblia é o Deus que cria o Homem à sua imagem e semelhança. Assim, o Homem é um ser criativo em essência, mas também significativo moralmente falando.  À princípio e no princípio, o Homem podia escolher estar com Deus ou contra Deus. Como o Homem escolheu estar contra Deus, ele carrega a incrível marca da imagem e semelhança de Deus, ao mesmo tempo em que revela a presença do mal e da corrupção em si, isto é, a ausência da obediência a Deus.

II. RAZÕES TEOLÓGICAS

a. A Questão da Imanência e Transcendência de Deus
O conceito de Deus na Bíblia é único no que se refere ao descrever com equilíbrio os atributos de Deus. Deus é transcendente. Ele é Criador, e não faz parte da criação. Ele é distinto e separado. Ele transcende nossa realidade. O Deus da Bíblia não está sujeito as limitações da criação como o Panteísmo (tudo é Deus) ensina, principalmente nas religiões e filosofias orientais.
Mas Deus, sendo transcendente, separado da criação, não está longe e inacessível como o Deísmo ensina (Deus criou, mas é indiferente a criação, que funciona automaticamente com as suas leis). O Deus da Bíblia é Imanente. Ele está presente no meio da criação. Ele se importa com sua criação, bem como controla, cuida e provê tudo que entende ser necessário para Sua criação (É um Rei que reina efetivamente).

b. A Questão da Justiça e Misericórdia de Deus
O conceito de Deus na Bíblia é único também pelo equilíbrio entre justiça e misericórdia (Graça). O Deus da Bíblia é Deus porque é perfeito moralmente (Santo). E por isso Ele é justo e não se coaduna com nada que seja incorreto. Ele jamais vai ficar indiferente ao erro humano, e assim conceder um perdão imoral, como alguns gostariam.
Mas se Ele é Deus Ele precisa ser também amor, ou seja, um Deus misericordioso. Por isso o Deus da Bíblia se interessa pelo ser humano que é falho diante da justiça e santidade Dele. E ao se interessar pelo ser humano, Ele provê possibilidade de perdão por meio da Cruz, aonde a justiça divina é cumprida, não maculando o caráter de Deus.
E ao mesmo tempo revela a misericórdia/graça de Deus, pagando Ele a dívida da culpa do ser humano diante da justiça Dele. Portanto, Ele é um Deus que sabe, ao contrário do que os ensinos não bíblicos ensinam, que nenhum ser humano jamais poderá ser perfeito por si mesmo diante de Deus. E assim Ele vem ao encontro do Homem com a Graça da Cruz.

III. EVIDÊNCIAS EXTERNAS DA VERACIDADE DA BÍBLIA 

 a. Historicidade
No fim do século XIX e começo do XX, o ser humano atingia um patamar de um novo dia no mundo do conhecimento, e isto como culminação de um processo de revolução científica.
Mas o ser humano, no seu orgulho característico, “dançou mais rápido do que a música”, e num sentido de super confiança partiu para certas conclusões. Isto foi sentido em muitas áreas, inclusive no estudo crítico da Bíblia nas universidades e escolas científicas. A veracidade da história bíblica foi duvidada, questionada, e isto infiltrou inclusive o meio religioso. “Acharam” que as histórias na Bíblia foram frutos de pessoas simples no deserto, quando à noite, ao redor do fogo, inventaram suas lendas.
Infelizmente, para estes críticos e historiadores antibíblicos, foram e são encontrados e descobertos vários achados arqueológicos que comprovam a veracidade e precisão das histórias, localidades, acontecimentos e personagens bíblicos.

b. Profecia
Deus disse ao povo de Israel que se um profeta profetizasse e sua profecia não se cumprisse, esse seria um falso profeta (Deut. 18:22). Se Deus assim falou, isto também se aplica a Bíblia. Para a infelicidade dos adivinhadores, essa medida não se aplica a eles. Buda, Confúcio ou Lao-Tse, não fizeram nenhuma predição, e o Alcorão só fez uma do retorno de Maomé a Meca, mas com ela já para se cumprir.
A Bíblia, por sua vez, contém somente no AT 2.000 predições, e não são dizeres vagos como dos astrólogos e adivinhadores. Destas predições, centenas já se cumpriram como haviam sido profetizadas e as outras estão para se cumprir, também como foram anunciadas.
Certamente as profecias mais impressionantes são aquelas sobre Cristo. Séculos antes Miquéias (5:2) predisse a cidade do nascimento de Cristo. Isaías (7:14) falou da natureza do nascimento e também da morte vicária (53).
Muitas outras profecias são verificadas na história bíblica demonstrando a seriedade do aspecto profético na Bíblia.
O resultado é que a Bíblia conta com um argumento muito forte a favor de sua autoridade: suas profecias, que sempre se cumprem.

 c. Confiabilidade
Não há razões conhecidas para se duvidar da integridade dos escritores bíblicos. Aliás, muitos foram à morte com suas afirmações. A honestidade e a integridade dos escritores da Bíblia constituem comprovante da autoridade bíblica que reveste seus escritos. Mesmo assim sempre existe a questão se os documentos bíblicos são fidedignos. Algumas provas são suficientes para tal.

·        O NT é tremendamente substanciado pelos 5.500 manuscritos, e a conclusão é que os livros e cartas do NT tiveram sua origem no século I, inclusive 15/20 anos após a morte de Cristo. Isto é, eles foram escritos e analisados por testemunhas oculares da vida, morte e ressurreição de Cristo.
·        Há também grande variedade de manuscritos, inclusive traduzidos para outras línguas além do grego, bem como testemunho e citações do NT dos pais da Igreja do primeiro século, que revelam uma total confiabilidade nesses livros e cartas.
·        Com relação ao AT, em 1947, um jovem beduíno estava procurando uma ovelha perdida nos arredores do Mar Morto e ao jogar uma pedra numa das cavernas ouviu um barulho diferente. Foi verificar e encontrou jarros de barro com rolos antigos dentro. Grandes partes desses rolos eram cópias do AT. Haviam sido escondidos ali provavelmente pela comunidade de Qnram, um grupo monástico judaico. Estes manuscritos foram datados de 100 a.C. A surpresa maior foi que ao se verificar esses manuscritos as diferenças entre eles e nosso AT atual é mínima, apenas variando alguns termos sem relevância para a mensagem e conteúdo.

Em suma, quando homens sadios mentalmente, dotados de reconhecida integridade moral, reivindicam inspiração divina e oferecem como evidência o fato de haverem mantido comunicações com o Cristo ressurreto, todas as pessoas de boa fé, que buscam a verdade, precisam reconhecer a realidade desses fatos.

d. Influência
Nenhum livro tem influenciado tanto o mundo como a Bíblia. Nenhum outro livro tem sido publicado, mais lido e traduzido no maior número de línguas. Mais de 1.280 línguas atualmente. Nos últimos trinta anos, sem falar das outras organizações, a SBB tem publicado uma Bíblia a cada três segundos dia e noite, para atender a demanda de Bíblias. A Bíblia tem sua influência nas mais variadas áreas do conhecimento humano. Na literatura e ensino a influência é única. Se todas as cópias da Bíblia fossem destruídas, ela poderia ser reconstruída facilmente pelas citações dela feita em outros livros.

e. Indestrutibilidade
Nenhum livro tem sido tão perseguido e atacado. Já vimos como os estudiosos críticos do século XX a atacaram, mas ela sobreviveu. Tem sido combatida por aqueles que deviam amá-la, mas tem sobrevivido a tudo e a todos.
Mesmo tendo sido escrita muito antes da invenção do papel e da imprensa, tendo sido copiada várias vezes e traduzida para várias línguas, não diminuíram sua exatidão e existência. Ela sobrevive.
Muitos têm tentado queimá-la, bani-la ou torná-la ilegal, desde os romanos até os comunistas. Mas ela tem sobrevivido.
Voltaire, uma das grandes mentes por de trás da revolução francesa, disse que em um período de cem anos o Cristianismo seria varrido da história e esquecido. Ele morreu em 1778. Cinquenta anos depois de sua morte, a Sociedade Bíblica de Genebra comprou a casa e a imprensa dele para publicar Bíblias. A Palavra de Deus tem sobrevivido.
Certamente, há algo de completamente incomum e sobrenatural na história deste livro.

IV. EVIDÊNCIAS INTERNAS DA VERACIDADE DA BÍBLIA 

a. Autoafirmação de Autoridade
No AT a expressão comum é: “... assim diz o Senhor”, e outras semelhantes que aparecem mais de 2.000 vezes. Moisés e os profetas falaram com convicção que suas palavras vinham do Senhor. Pedro coloca bem (2 Pedro 1:21) este aspecto: “Porque nunca jamais foi qualquer profecia dada por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.”
O Senhor Jesus impressionava seus ouvintes porque Ele falava com autoridade incomum (Marcos 1: 22). Paulo reconhecia seus escritos como ordenados pelo Senhor (1 Cor. 14: 37).
Os livros ou epístolas quando escritos eram imediatamente reconhecidos pelos seus escritores como sendo especiais e divinos em sua origem e processo. Mesmo quando do reconhecimento formal da Igreja (Cânon), a maior parte deste Cânon Bíblico já era naturalmente aceito antes mesmo da oficialização da sua canonicidade.

b. Unidade de Conteúdo
A Bíblia é única em sua harmonia quando consideramos sua origem. Como já vimos, ela foi escrita num espaço de aproximadamente 1600 anos, de Gênesis a Apocalipse. Ela tem cerca de 40 ou mais autores das mais diferentes condições. Veja alguns exemplos: 
Moisés – criado na corte como um príncipe.
Pedro – um pescador 
Amós – um boiadeiro (peão)
Josué – um general (militar) 
Daniel – primeiro-ministro (um político)
Lucas – um médico
Salomão – um rei (governante)
Mateus – um coletor de impostos (funcionário público)
Paulo – um rabino (religioso)

Além disso, foi escrita nos mais diferentes lugares, como: no deserto, num fosso, no palácio, na prisão, em viagem, numa ilha de exílio e na guerra. Às vezes escritas com alegria, outras com tristeza. Foi escrita em três continentes: Ásia, Europa e África. Escrita em um dialeto, o aramaico, e em duas línguas, o hebraico e o grego. Trata de assuntos dos mais diversos e difíceis. 
 Mas em tudo isso, e com tudo isso, a Bíblia tem uma harmonia no seu conteúdo que é inigualável. O paraíso que é perdido em Gênesis é recuperado no Apocalipse, e entre os dois livros, é revelado o método para que houvesse esta recuperação e restauração. É a história desenrolando-se e Deus redimindo o Homem. Se dez pessoas, da mesma origem e condições, tivessem a tarefa de escrever sobre um mesmo assunto, certamente elas não escreveriam com tamanha harmonia e precisão que a Bíblia possui em condições tão diversas e adversas. 
Concluo este ponto, citando o cientista britânico, Alan Hayward, que escreveu: 
“Harmonia não acontece apenas. Se a orquestra está tocando bem, nós podemos deduzir a existência de um maestro. Nós podemos ser muito cegos e não ver a mão que guiou os quarenta escritores bíblicos, mas a harmonia deles é evidência que Ele existe.”[1]

c. Poder Transformador
A Bíblia se destaca acima de todos os livros pelo seu poder de transformação da pessoa humana. Aquele que é alcançado pela Graça de Deus, aprende sua mensagem e a obedece é nova criatura. Sua mensagem central é a redenção do Homem através de Jesus. Essa mensagem tem transformado milhões de vidas. De todas as partes do mundo, de todos os caminhos da vida. A Bíblia, com sua mensagem redentiva tem transformado milhões de vidas. Ao trazer a pessoa de volta a Deus, o ódio tem dado lugar ao amor, a desonestidade à honestidade, a amargura à alegria, a perturbação à paz e a guerra à reconciliação. Milhares e milhares têm experimentado esse poder; viciados em drogas têm sido curados pela Palavra de Deus; delinquentes têm sido transformados; o ódio tem cedido lugar ao amor; tudo isso pela leitura da Bíblia (1 Pedro 1: 22).
Veja algumas frases de algumas de pessoas que foram transformadas após iniciar a leitura ou ouvir a pregação da mensagem da Bíblia:
 
“Desde que comecei a orar, eu vejo minhas opiniões de personalidade mudar”.[2]
 “Eu tinha uma vida preocupada apenas com problemas sociais e econômicos... Eu era frustrado e preocupado... Deus era apenas um produto da imaginação... Durante a eleição eu ouvi a pregação da Bíblia e me converti...”.[3]
 “... quando eu tinha dezesseis anos eu era um ateu, e aos dezoito eu era o organizador dos jovens comunistas em nossa fábrica..., mas após ouvir uma exposição da mensagem bíblica hoje eu sou seguidor de Jesus... Lenin ensinou-me que você muda o Homem mudando a sociedade. Jesus ensinou-me que você muda a sociedade mudando o Homem”.[4]

Considerações Finais 
A Verdade

A Verdade de Deus para a vida do ser humano é conhecida e estabelecida pela referência imutável e adequada, A Bíblia. Nela está a verdade de Cristo. O ser humano nunca terá a certeza de crer e viver a verdade de Deus se ele se basear no seu sentimento, numa tradição, opinião de homens. E mais, a verdade, como a verdade da Bíblia, é sempre exclusiva. Isto é, não é possível haver duas verdades. Por isso o Senhor Jesus Cristo, e, portanto a Bíblia, é a única verdade, ou não é a verdade. Qualquer outra fonte que se consultar na busca da verdade de Deus precisa ser testada pela Bíblia, e nunca a Bíblia ser testada por outra fonte, e nem ser a outra fonte igualada à Bíblia. Por isso o grande lema da Reforma era (e é): “Somente as Escrituras” (João 14:6; 17:17).


Prof. Pr. Magdiel Anselmo.



[1] HAYWARD, Alan. God’s Truth. p. 97. Thomas Nelson Publisher. NYC. EUA. 1983.
[2] Lewis, C. S. grande escritor e professor da Universidade de Literatura de Cambridge. Em 1931, após sua conversão e lendo a Bíblia disse esta frase.
[3] Charlie Abero, da Índia.
[4] Jan Chelsicky, da antiga Tchecoslováquia.




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