“Amados,
quando empregava toda a diligência em escrever-vos acerca da nossa comum
salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a
batalhardes, diligentemente, pela fé que uma vez por todas foi entregue aos
santos.”
Judas 3
Judas,
a princípio, tinha a intenção de escrever sobre questões referentes à salvação,
porém como se vê, foi obrigado a exortar a Igreja sobre a batalha pela fé
cristã. Esta
sua observação deveria nos fazer repensar sobre a busca ou defesa da unidade da Igreja, alardeada por alguns. Esta defesa não é em si errada, mas a forma sim, pois muitos de seus defensores não se dão ao trabalho de fazer uma devida análise dos fatos e sem dúvida, de levar em alta consideração as advertências bíblicas para questões como estas.
Diferentemente
da posição adotada por muitos defensores do ecumenismo, da psicologização da Igreja, propagadores de uma
teologia “liberal” e pragmática, que se aproveitam da imaturidade de muitos
cristãos, a Palavra de Deus nos alerta para ataques que tentam ruir e minar as
colunas basilares da fé evangélica. Judas se referia a pessoas que naquela época, se infiltravam na Igreja com a intenção de atacar doutrinas basilares da fé cristã, ou seja, segundo suas palavras, "...que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único e Soberano e Senhor, Jesus Cristo." .
Vamos então extrair os ensinamentos da epístola para pautar nossas ações atuais, pois a boa hermenêutica e exegese bíblicas, nos ensinam que quando vivemos em situações semelhantes ao contexto do texto bíblico, que é o caso de nossos dias, devemos aplicar os princípios e ensinos ali revelados. É o que farei aqui.
Vamos então extrair os ensinamentos da epístola para pautar nossas ações atuais, pois a boa hermenêutica e exegese bíblicas, nos ensinam que quando vivemos em situações semelhantes ao contexto do texto bíblico, que é o caso de nossos dias, devemos aplicar os princípios e ensinos ali revelados. É o que farei aqui.
Sabemos que a história da Igreja Cristã registra vários e meticulosos ataques e perseguições,
desde os cativeiros do AT até o assassinato de cristãos em arenas, praças públicas
e fogueiras, além das várias tentativas de destruir as Escrituras e da
proibição de possuí-la. Estas foram apenas algumas formas usadas para impedir
que a crença no Deus da Bíblia se propagasse e multiplicassem seus seguidores.
Tentativas essas que não surtiram o efeito desejado por seus idealizadores.
Mas,
a epístola de Judas revela-nos um ataque muito mais minucioso e poderoso que,
percebemos pelo texto, já foi usado no passado.
Da
mesma forma que o apóstolo Pedro em sua segunda epístola, Judas descreve com
detalhes todo esse plano maligno contra a Igreja e nos adverte para seus
ardilosos objetivos.
A
característica ou marca principal desse ataque é que não mais se trata de um
ataque externo e aberto. Como em uma tática de espionagem e em alguns casos até
de guerrilha, o inimigo não se mostra e muito mais se traveste de seguidor da
mesma causa e crença.
Trata-se
de um ataque de dentro das paredes da Igreja. Um ataque interno, sutil e processual.
Com a intencionalidade de aos poucos transtornar e desvirtuar a comunicação e
exposição da mensagem bíblica legítima.
Afirmo
que é poderoso porque estamos muito mais preparados para contra-atacar um mover
claramente externo contra a Igreja. Já temos experiência contra falsos ensinos,
heresias e movimentos de todos os tipos vindos de fora. Porém, quando se trata
de algo que está entranhado dentro do Cristianismo e que assevera ser seguidor
de Cristo e nosso irmão, ficamos atônitos e paralisados, com medo de pecar
julgando ou atacando nossa própria irmandade.
Este
é o grande estratagema diabólico. Usar nossos próprios conceitos de comunhão e
amor contra nós mesmos. Se utilizar de nossa boa fé com relação a nossos
“irmãos” para nos destruir, roubar e matar.
Veja
os detalhes da metodologia diabólica e das advertências descritos por Judas sob
a direção do Espírito Santo:
“(...)
certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde
muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios,
que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus e negam o nosso único e
Soberano e Senhor, Jesus Cristo.”
Judas 4
Introduziram-se,
Infiltraram-se na Igreja, ou seja, estão entre nós. Pedro em sua segunda
epístola corroborando com Judas, afirma:
“Assim,
como no meio do povo, surgiram falsos profetas, assim também haverá entre vós
falsos mestres, os quais introduzirão, dissimuladamente, heresias destruidoras,
até ao ponto de renegarem o Soberano Senhor que os resgatou, trazendo sobre si
mesmos repentina destruição. E muitos seguirão suas práticas libertinas e por
causa deles, será infamado o caminho da verdade, também, movidos por avareza,
farão comércio de vós, com palavras fictícias; para eles o juízo lavrado há
longo tempo não tarda, e a sua destruição não dorme.” 2 Pedro 2: 1-3.
Vemos,
então que são pessoas infiltradas com o objetivo de destruir a Igreja.
Mas
Deus não nos deixaria a mercê de tal investida.
Desta
forma, Judas, continua revelando a Igreja, quais são as características dessas
pessoas infiltradas com intenção de transtornar a vida da Igreja. Veja com
atenção para que você possa identificá-las segundo a orientação bíblica.
(Judas 8) - *Sonhadores alucinados: Alegam serem profetas e receberem revelações divinas além e que muitas vezes contrariam a Bíblia, para
justificar os seus malfeitos e carnalidade. Interessante que uma pessoa
alucinada pode ver vultos, ouvir vozes, etc. Ter alucinações de todos os tipos. Estão
sempre sonhando e a todo instante desejam interpretar os sonhos de outros que
desavisadamente acreditam ser obra de Deus.
O
apóstolo em 2 Pedro 2: 10 chama-os de “atrevidos”.
É bem o que realmente são.
(Judas 8) - *Rejeitam governo
(liderança) e difamam autoridades superiores: Não aceitam nenhuma
liderança ou orientação pastoral sobre eles. Chegam mesmo a afirmam que o pastorado é invenção humana, não de Deus. Não aceitam ser ensinados. São desrespeitosos com aqueles que
Deus chamou para ensinar a Palavra de Deus e com suas atitudes mundanas e sem
temor a Deus, buscam contaminar o rebanho do Senhor com filosofias e conceitos humanos que contrariam e afrontam as Escrituras.
(Judas 16) - *Arrogantes, descontentes
e murmuradores: Não estão satisfeitos com o Evangelho,
com os ensinos de Cristo e com a vida cristã determinadas para nós pelas
Escrituras. Desejam e ensinam a todo instante “tomar posse, determinar a
bênção, exigir as promessas...”, são adeptos da "cura interior" (que não entende suficientes o sacrífico e perdão de Cristo), etc...
Além
disso, sem medir as conseqüências espirituais de tais atitudes, praticam a
absurda “oração ao diabo” ou “oração forte” onde se dirigem a ele em tom de
desafio, contrariando a orientações e ensinos bíblicos da oração direcionada a
Deus.
Descontentes
com o crescimento natural da Igreja se arrogam no direito de propagar novas
fórmulas mágicas de crescimento rápido e eficiente tendo como parâmetros
valores mundanos e técnicas no mínimo suspeitas.
(Judas 16) - *Aduladores e
interesseiros: A ênfase é a prosperidade material e para isso utilizam de técnicas de manipulação psicológica, autoajuda, pensamento humanista, incentivo ao egocentrismo, etc. O
apóstolo Pedro afirma em 2:3 que “movidos
pela ganância farão comércio de vós...” É isso que desejam. São
oportunistas, adeptos da pregação triunfalista. Visam à prosperidade financeira
pessoal e farão tudo para alcançá-la. Não importa se para isso tiverem que
comercializar a fé de outros ou mercadejar a pregação evangélica. Todos os seus
elogios a outros buscam o interesse próprio. São profundamente interesseiros e
egoístas.
Estes
são algumas das características destes “enviados de satanás” contra a Igreja. E
o objetivo é bem claro e Judas os revela.
(Judas 19) – Promover divisões: Esta é a intenção dos falsos mestres infiltrados na Igreja.
Dividir para destruir.
(Judas 22) – Produzir dúvida: Semear a dúvida com relação à fé cristã e suas doutrinas são metas claras para esta investida diabólica. A dúvida mina a fé e provoca desanimo no
cristão e entristece o Espírito Santo. Sem fé é impossível agradar a Deus.
Diminuir a fé ou mesmo destruí-la pela dúvida são objetivos destes infiltrados.
O
que fazer diante deste poderoso ataque contra a Igreja?
Deus,
usando Judas e Pedro nos orienta:
“(...)
Vós, porém amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando no Espírito
Santo, guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor
Jesus Cristo, para a vida eterna. E compadecei-vos de alguns que estão na
dúvida; salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede também
compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne.” Judas 20-23.
“(...)
Vós, porém amados, prevenidos como estais de antemão, acautelai-vos; não suceda
que, arrastados pelo erro desses insubordinados, descaiais da vossa própria
firmeza. Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador
Jesus Cristo. A Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno.” 2 Pedro 3:
17,18.
Seguindo
a orientação daquele que é Poderoso para nos guardar de tropeços e para nos
apresentar com exultação, imaculados diante da Sua Glória, edifiquemo-nos na
fé, oremos sem cessar, estudemos com dedicação as Escrituras e esperemos a gloriosa volta de Cristo e em compaixão
salvemos e arrebatemos do fogo os que estão sendo enganados em resultado deste
ataque contra a Igreja.
Permaneçamos
firmes. Cresçamos e façamos o que Deus nos orienta.
“Ao
único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória,
majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os
séculos. Amém.
Judas 25.
Nenhum comentário:
Postar um comentário