quinta-feira, 8 de março de 2018

Pregação agradável ou Bíblica?

A verdadeira pregação talvez não seja aquela que encherá os templos e o ego de líderes religiosos, mas certamente encherá os corações dos salvos em Cristo Jesus.
A Igreja de Cristo precisa pregar a Palavra do Senhor. Precisamos banir de nossos púlpitos pregações que visam simplesmente satisfazer aos ouvintes, pregações que produzam sentimentos agradáveis, para fazer o ouvinte se sentir bem.
Resultado de imagem para crianças comendo docesPrecisamos nos voltar para o que a Bíblia diz e cessar de pregar o que achamos ou sentimos.
Em II Timóteo 2:3 fica bem claro o que muito acontece nos dias atuais. Querendo satisfazer a coceira nos ouvidos se utilizam de recursos impróprios como muitas anedotas, psicologia, palestras motivacionais, pensamento positivo e sermões que fortalecem o ego. A correção, instrução e exortação acabam se tornando inaceitáveis.

O resultado são crentes imaturos e despreparados para a vida.      

Há uma grande coleção de livros atualmente que “ensinam” como transmitir a mensagem do Evangelho. Alguns destes especialistas dizem que pastores e líderes que desejam ser mais bem-sucedidos precisam concentrar suas energias fornecendo aos não-cristãos um ambiente inofensivo e agradável.
Conceder-lhes liberdade, tolerância e anonimato. Ser sempre positivo e benevolente. Se for necessário pregar um sermão, deve-se torná-lo breve e recreativo. Não pregar longa e nem enfaticamente. E, acima de tudo, todos devem ser entretidos. As igrejas que seguirem estas regras, dizem eles, experimentarão um crescimento numérico e as que ignorarem estarão fadadas a estagnação.
Tenho que concordar que seguindo estas orientações a probabilidade de crescer numericamente é imensa e ouso dizer quase que há a certeza disto acontecer, porém crescer numericamente não significa crescer corretamente do ponto de vista bíblico. Discordo frontalmente quando dizem que não seguindo estas orientações, as igrejas estão fadadas a estagnação. Esquecem-se talvez, quem na verdade é o dono da Igreja e que Ele mesmo já nos deixou revelado em Sua Palavra a forma como devemos transmitir a mensagem do Evangelho. Retirando as antigas colunas, com certeza, toda a casa ruirá. Creio firmemente que seguindo a orientação bíblica cresceremos, quem sabe não da forma e no número que muitos líderes desejam mas, da forma e no número que Deus já determinou que crescêssemos.
O homem sempre esta desejando criar metodologias próprias e inovadoras, causando conseqüências desastrosas para a Igreja de Cristo e fazendo com que muitos escolhidos tenham vidas cristãs medíocres e abaixo do que poderiam estar.
O crescimento espiritual é pessoal e depende do que a pessoa ouve, vê e aprende na igreja que congrega. Sendo bem alimentada, ela estará motivada e direcionada para conhecer mais dos mistérios de Deus e de ter uma comunhão e intimidade com o Senhor sempre crescente e constante. Sendo mal alimentada, ela se tornará anêmica, infantil e estacionada no conhecimento básico e inicial de Cristo sem crescer e amadurecer. Não haverá condições de serviço cristão nem de usar seus dons espirituais e talentos em prol da edificação da igreja, muito menos das responsabilidades de ser cristão, já que nem conhecimento destas coisas ela tem. A igreja nestes casos é uma grande creche com um grande estoque de leite e fraldas, e somente disto.
Com relação às inovações que estão sendo tentadas, algumas são extraordinárias, e até mesmo, radicais. Algumas igrejas, por exemplo, realizam seus maiores cultos na sexta-feira ou nos sábados à noite, em vez de no domingo. Tais cultos são repletos de música e entretenimento, oferecendo às pessoas, verdadeiros substitutos ao teatro e às atividades sociais. Os membros da igreja agora podem “cumprir sua obrigação de ir à igreja”, ficando livres para usarem o fim-de-semana como quiserem.
Um destes freqüentadores de cultos aos sábados explicou por que esses cultos alternativos são tão importantes: “Se você vai à EBD às 9:00 horas acaba saindo da igreja perto das 12:00 horas, isso praticamente liquida o dia”.
A julgar pela freqüência aos cultos, muitos dos membros de igreja sentem que passar o Dia do Senhor na igreja equivale a desperdiçar o domingo por completo. Os cultos não dominicais em algumas igrejas, estão sendo mais freqüentados do que aqueles que haviam aos domingos.

E isso não é tudo.

Muitos destes cultos alternativos não oferecem qualquer tipo de pregação.
Em lugar disso, dependem da música, dramatização, multimídia e outros meios de comunicação para transmitir a mensagem. Todas as músicas e apresentações são cuidadosamente escolhidas e preparadas para que os incrédulos sintam-se bem. Nada, praticamente é dispensado como impróprio para o culto a Deus: rock nostálgico, heavy metal, rap, dança, comédia, palhaços, magia teatral, lutas tipo vale-tudo, tudo se tornou parte do repertório evangélico. Ah, sim ! Estava me esquecendo a pregação clara e poderosa da Palavra de Deus, esta sim, se tornou inadequada e antiquada.
Para que eu possa não ser mal interpretado, não quero afirmar que não há lugar no culto para apresentações e atividades que citei, porém, nunca podemos esquecer de que o culto é realizado para Deus e não para as pessoas.
Agradar a Ele deve ser nosso objetivo além de adorá-lo com o que fizermos. Não podemos relegar ao esquecimento ou ao desprezo a pregação da Palavra de Deus como é ensinada na Bíblia através da vida e dos ensinos do próprio Cristo.
Dentre todas as atividades que possam acontecer em um culto evangélico, a mais importante é certamente o momento da proclamação da Palavra, pois é através dela que a fé é comunicada e despertada no ouvinte.
Todos os exemplos bíblicos de conversões foram ou através de um pregação a grupos de ouvintes ou através de evangelismo pessoal. Desafio alguém a mostrar biblicamente exemplos ou algum tipo de ensino sobre conversões através de músicas, representações teatrais, danças, coreografias, palestras psicológicas motivacionais ou coisas semelhantes a estas. 
Todas estas atividades devem ser consideradas como parte do culto talvez, mas como formas de louvar e adorar a Deus, ressaltando que sem este objetivo por parte de quem as realiza nem para isso servem, mas nunca como formas de alcançar o perdido ou de produzir algum tipo de crescimento espiritual em membros do corpo de Cristo.
Enganam-se tragicamente quem pensa que o convencimento vem primeiramente quando se alcança as emoções.
A conversão é um ato pessoal que é consumado através do ouvir a pregação do Evangelho, do convencimento do Espírito Santo através desta pregação e da atitude decorrente do homem se prostrando quebrantado aos pés de Cristo alegremente em uma entrega total  ( Romanos 10:17; João 14: 26; 16:8).

Esta é a regeneração e a Justificação que são instantâneas e eternas.

É uma decisão racional primeiramente e então emocional secundariamente.
Do contrário, teríamos somente conversões emocionais e superficiais pois as emoções descontroladas impedem o homem de raciocinar sobre o que está fazendo e ouvindo, isso a Bíblia nos ensina em Jeremias 17: 9,10.
Talvez por isso, tenhamos tantos “crentes” que no primeiro problema abandonam a fé, talvez nunca tivessem realmente sido convertidos, apenas se emocionaram com algo ou acharam agradável uma igreja ou uma programação e talvez também por isso tenhamos tantas igrejas lotadas de pessoas vazias de Deus.  
Quero me entrincheirar nas Escrituras para explicar minha opinião sobre este assunto.
As Escrituras dizem que os primeiros cristãos viraram o mundo de cabeça para baixo (Atos 17:6). Em nossa geração, o mundo está virando a Igreja de cabeça para baixo. Biblicamente falando, Deus é soberano, não o incrédulo que não freqüenta a Igreja. A Bíblia, e não o plano de marketing deve ser o único guia e autoridade final para todo o ministério eclesiástico. Em vez de acalentar o egoísmo das pessoas, o ministério da Igreja deveria atender às verdadeiras necessidades delas. O Senhor da igreja é Cristo e não um “zé da poltrona” com um controle remoto nas mãos ou sentado confortavelmente em um banco ou cadeira na igreja.

Não consigo ouvir a expressão “temos que ter uma igreja agradável para todos” sem que isso me traga a mente a passagem de Atos 5 e a história de Ananias e Safira.

O que se passou naquela ocasião desafia abertamente quase toda a teoria contemporânea dos especialistas de crescimento de igreja. A igreja de Jerusalém não era nem um pouco “agradável”.
Aliás, era exatamente o oposto: “grande temor a toda a igreja e a todos os que ouviram a notícia destes acontecimentos” (Atos 5:11). O culto daquele dia foi tão perturbador, que nenhum dos que não freqüentavam a igreja ousou juntar-se a eles. O só pensar em freqüentar aquela igreja aterrorizava o coração daquelas pessoas, apesar de os ter em alto conceito (Atos 5:13).
Lembre-se que esta igreja é a mesma de Atos 4, uma igreja nova e cheia de vitalidade.
O povo estudava intensamente a doutrina dos apóstolos, existia comunhão, oração, muita fé , amor e a igreja crescia.
Porém, o inimigo tentou e seduziu Ananias e Safira a ponto de mentirem ao Espírito Santo. O pecado entrou naquela igreja, e as Escrituras jamais deixam a verdade de lado, ainda quando esta é dolorosa e desagradável. A igreja não é perfeita, nunca o foi. Começando com este incidente discorre-se por todo o Novo Testamento as orientações de Paulo que travava uma guerra implacável contra o pecado na igreja, chegando algumas vezes a ser duro e incisivo em suas epístolas aos Coríntios e aos Gálatas.
Deus sempre foi implacável com o pecado e a pregação evangélica e apostólica deve ter também este  padrão nos dias atuais. A pregação deve ser ousada e poderosa. Não se envergonhar do Evangelho, embora haja perseguição. Devemos chamar o pecado de pecado, e não aceitarmos sua permanência dentro da igreja. Os crentes devem ser levados a entender que o Evangelho é algo sério para os que o receberam e vital para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ouví-lo.
O ministério da pregação dos apóstolos  incluía doutrina assim como evangelismo. Atos 2:42 declara que os crentes “se dedicavam ao ensino dos apóstolos”. Esse rebanho era bem nutrido, mas ao mesmo tempo dinâmico.
Finalizando este ponto, afirmo sem medo de errar que a Igreja de Jerusalém deve ter sido um excelente lugar de comunhão. Eles não seguiram qualquer das técnicas de marketing da atualidade, não buscaram inovações, mas sim, uma comunhão calorosa e verdadeira. Continuaram seguindo a forma do ministério de Cristo quando aqui na terra. De forma amorosa, supriam as verdadeiras necessidades uns dos outros. Eles contavam com o ensino rico e amplo. Havia a pregação apostólica, o partir do pão e as orações diárias. E interessante, que nada disso foi feito ou planejado com o intuito de atrair os incrédulos. Mas, mais interessante ainda, é que novas pessoas continuavam a se converter, e o Senhor continuava acrescentando à igreja, dia após dia, os que iam sendo salvos (Atos 2:47).
Aprendamos com as Escrituras.

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