segunda-feira, 26 de março de 2018

Pastor, cuide de sua família.



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Não há ministério pastoral que resista se a família do pastor estiver desmoronando, ruindo, e pior, sem que ele perceba. Portanto, caro pastor, cuide de sua família, antes mesmo da igreja que pastoreia. Não adiantará nada cuidar da igreja e perder sua família. Lembre-se que sua família é a primeira igreja que pastoreias.
E lembre-se também que o inimigo sabe que se destruir sua família, destruirá seu ministério.
Não seja negligente a ponto de esquecer isso. Vigie e cuide para que isso não ocorra.
Quando estiveres na igreja local, em um culto ou alguma atividade e lá não encontrar seus filhos ou até mesmo sua esposa, pergunte a si o que foi que ocorreu? O que não está dando certo? Por que eles não estão aqui comigo?

Faça essas perguntas e outras mais.
Onde estão meus filhos?
Como está minha esposa?
Tenho ouvido meus filhos?
Tenho apascentado minha esposa?
Quando foi a última vez que conversei com meus filhos?
Quando foi a última vez que ouvi de verdade minha esposa?
Quando foi a última vez que disse que amava minha esposa e demonstrei isso de forma objetiva e não simplesmente por palavras lançadas ao vento?
Será que minha família não está triste e incomodada com minhas atitudes e rotina?
Tenho estado presente em meu lar ou a igreja virou minha casa?
Tenho tirado férias da igreja para ficar somente com minha família?

Querido pastor, entenda de uma vez por todas, que a igreja não é a sua casa nem os irmãos são seus filhos e esposa. Não inverta as prioridades, pois isso lhe trará imensos sofrimentos. Há lugar e tempo para os dois, mas sua família é mais importante que a igreja. Não negligencie sua família em prol da igreja.
A própria igreja local lhe agradecerá, pois um pastor com uma família unida e abençoada, abençoa a igreja local do qual faz parte e pastoreia.

Cuide de sua família, pastor, ou a perderá.

Seus filhos procurarão outros ouvidos e se perderão nos enganos de pessoas usadas para destruir suas vidas. Sua esposa poderá se tornar amarga e triste porque não tem em seu marido o amigo que deseja e que precisa e muito menos o homem que a faz feliz como mulher.

Pense nisso, caro pastor, pense nisso e comece a agir enquanto ainda dá tempo.
Do contrário, perderá sua família.
E não haverá ministério ou serviço na igreja que irá minimizar a dor dessa perda. Com a perda de sua família, perderá inevitavelmente seu ministério, e por fim, sua paz.

Aqui vai algumas sugestões práticas:

a) Vá passear com sua família (esposa e filhos), se divirtam juntos, brinquem, riam...
b) Vá passear com sua esposa (só você e ela). Escolha um lugar que ela goste, se divirtam juntos, brinquem, namorem (Isso mesmo! Namorem)...
c) Controle sua agenda na igreja de tal forma que reserve um bom tempo com a família. Explique isso à igreja. Ela entenderá (ou terá que entender) que tem também obrigações em seu lar.
d) Converse com sua família. Converse com sua esposa (deixe ela falar, não monopolize o diálogo, transformando-o num monólogo). Converse com seus filhos (principalmente se forem jovens ou adolescentes), eles precisam partilhar contigo suas ansiedades, preocupações, planos e experiências. Dê espaço pra isso. Ouça muito e os oriente quando necessário.
e) Seja amoroso e compreensivo em casa da mesma forma que é na igreja. Não seja contraditório.
f) Demonstre seu amor pela família. Faça surpresas para os filhos. Faça surpresas para sua esposa. Seja romântico...
g) Tire todo ano suas férias da igreja. Não há justificativas para não fazer isso. Sua família é a primeira igreja que pastoreias.
h) Ensine esses princípios e atitudes aos demais líderes e maridos da igreja que pastoreias. Ensine que o ativismo cristão é um inimigo das famílias cristãs.
i) Namore sua esposa. Faça carinhos. Ame-a de palavras e de ações. Ela precisa de você.
j) Seja um amigo de sua família. Dessa forma, eles confiarão em você para qualquer questão.
k) Não permita que eles tenham um conceito de pastorado como algo que distancia ou separa o pai ou o marido da esposa e filhos. O seu pastorado para eles deve ser motivo de alegria e suavidade e não de opressão e sofrimento.
l) Seja Feliz e desfrute da felicidade que eles expressarão por ter um marido e um pai presente no lar e na vida deles.

Se essas sugestões não fazem parte de sua vida ou nunca pensou nisso com a devida atenção, é hora de parar agora e fazer uma reflexão, uma análise introspectiva de sua vida.
Olhe para sua família, olhe para seu lar, veja se não estão a clamar por ti.
Veja se sua esposa não está sem marido e seus filhos sem pai.

Pastor, cuide de sua família, antes mesmo de cuidar da igreja.
Pastor, por amor a Cristo, cuide de sua família.
Pastor, ouça o que o Espírito lhe diz...

Pastor, seja feliz !!!

Pr. Prof. Magdiel Anselmo.

sexta-feira, 9 de março de 2018

Tempos difíceis da Igreja Cristã


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"Sabes, porém isto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis..."
2 Timóteo 3:1

Muitos problemas foram enfrentados pela Igreja Cristã no decorrer de sua história. Desde as seitas da época de Cristo e da Igreja Primitiva como as dos fariseus, saduceus, essênios, zelotes, etc... até a tentativa de harmonizar a interpretação das Escrituras com a filosofia grega, ou ainda o gnosticismo que tantos transtornos trouxe para o trabalho dos apóstolos e dos Pais da Igreja. Enfim, os primeiros séculos foram marcados por conflitos doutrinários, ataques a interpretação histórico gramatical da Bíblia, heresias de todos os tipos até chegar ao ápice do desvio do caminho correto na Idade Média também denominada de Idade das Trevas pelas razões que já apontei.

Com a Reforma e a luta pelo retorno a ortodoxia houve uma melhora significativa na vida da Igreja, tanto em sua declaração doutrinária como na sua expressão e ação como embaixadora de Cristo. Os pré-reformadores que prepararam o caminho para Lutero, Calvino e outros já haviam assumido essa batalha que se consuma na ruptura de muitos com os dogmas e doutrinas estranhas ao texto bíblico nas teses de Lutero e na posição de Calvino e Zwínglio, entre outros.

Com essa mudança radical na forma e na essência da Igreja, muitos grupos nasceram levando a bandeira dos reformadores e propagando a Palavra de Deus com ousadia e poder, sempre fundamentados no conhecimento bíblico adquirido pelo estudo bíblico responsável e dedicado.

Mas, essa mudança de rumo não perdurou. O tempo passou e com a modernidade trazendo suas características críticas e científicas, porém destrutivas à visão sincera e honesta do estudo das Escrituras, muitas vezes sem nenhum embasamento bíblico que pudesse recomendá-los muito obscurantismo trouxe a teologia e a vida cristã de uma forma geral. O pós-modernismo com suas tendências que relativizam e com sua mensagem superficial acabou com o que restava da fé cristã genuína, criando grupos e denominações "evangélicas" sem compromisso com a Palavra e acorrentados a uma teologia triunfalista, desprovida de discernimento espiritual e da presença do Deus da Bíblia.

Podemos então, afirmar pelo registro da história que as causas e as origens dos problemas da Igreja no passado se deram pela busca por uma interpretação bíblica que trouxesse uma estrutura doutrinária e dogmática fiel às Escrituras, além de uma clara posição dessa Igreja diante do mundo que estava inserida sem que para isso houvesse uma mistura ou contaminação com ele.

Hoje, já temos o Cânon e a estrutura doutrinária e organizacional da Igreja bem delineados e sabemos bem os que se desviaram deles e os que se mantiveram fiéis. Porém, mesmo assim, um novo grupo de problemas nos assolam, tentando fazer-nos regredir no que avançamos. Podemos afirmar que, mesmo com todos os avanços e reformas, vivemos hoje em uma completa confusão em vários sentidos. Destaco algumas áreas em que permeia essa confusão.

1. Confusão com relação a credibilidade em grupos e denominações evangélicas ou protestantes:

No que diz respeito a confiança que podemos ter nas denominações evangélicas de uma forma geral a confusão é grande. Já não sabemos o que crêem os pentecostais históricos. A frequência cada vez maior de pessoas advindas de igrejas neopentecostais (seitas pseudocrístãs) tem transtornado o ambiente nas igrejas pentecostais e trazido costumes e práticas que não eram comuns em seu meio. E a imitação dessas práticas por membros de igrejas pentecostais propagando esses costumes tem contribuído para uma verdadeira descaracterização das práticas pentecostais que antes eram muito claras e agora já ninguém sabe quais são.

Os tradicionais também já não sabem bem mais o que enfatizar. Vêmos igrejas tradicionais que sequer mantém uma EBD e muitas aderiram métodos de crescimento nada bíblicos, sem critérios razoáveis e sempre por interesses escusos, empolgação e manipulação por parte de grupos de pessoas imaturas e inconsequentes, que se aproveitam do sistema de governo eclesiástico dessas igrejas para implantar "democraticamente" práticas prejudiciais à harmonia e comunhão dos filhos de Deus. Métodos esses que são no mínimo questionáveis como a imitação de métodos escritos por autores de livros que residem em países onde o Cristianismo tem naufragado devido a líderes inescrupulosos, corrompidos pelo pecado e que necessitariam de aprender conosco e não nos ensinar. Além de métodos como os tais grupos G12 e outras nomenclaturas dadas ao mesmo método, e os tais "encontros" e "pós-encontros" que causaram e ainda causam tantos conflitos e divisões em várias igrejas e acabam por incentivar a existência dos movimentos de crentes sem igreja.

2. Confusão com relação a credibilidade em instituições de ensino teológico

Como professor, infelizmente tenho constatado que os seminários e faculdades teológicas sérias já não são tão sérias assim. Ao invés de reforçar a interpretação fiel do texto bíblico, o estudo e análise aprofundadas da Escritura, a maioria se dobrou a pressão de alterar seus currículos e contextualizá-los a uma realidade nada cristã de disciplinas essencialmente filosóficas e psicológicas. A boa teologia, a Teologia Bíblica, Teologia Sistemática e as disciplinas que se aprofundam no estudo da Bíblia como a Hermenêutica, Exegese e Teologia do NT e do AT, Teologia Pastoral, Aconselhamento Bíblico, História da Igreja e o estudo das línguas bíblicas são aos poucos substituídas por disciplinas meramente humanas como crescimento de igreja, oratória e comportamento, psicologia, sociologia, filosofia, administração empresarial disfarçada de eclesiástica, que poderiam ser usadas com o devido cuidado e critério bíblico como complemento mas nunca como fundamento ou como substitutas das disciplinas teológicas. Criam profissionais de igreja, profissionais de púlpito, discípulos da autoajuda, frios, calculistas e não obreiros do Senhor.

3. Confusão com relação ao conceito e prática do amor cristão

Esse ponto penso ser o mais grave e também a causa dos outros dois pontos anteriores.
Muitos não tem a menor idéia do que significa amar de forma cristã.
O uso correto dessa prática por si só já é poderosa para trazer a intervenção de Deus a uma situação ou a vida de alguém. O amor cristão é uma arma que destrói fortalezas e provoca mudanças.
Na situação em que vivemos, no contexto em que se encontra a Igreja Cristã hoje, essa prática traria grandes transformações a essa realidade. 

O amor cristão é desprovido de interesses pessoais, busca sempre a benção do outro e reconstrução de vidas destruídas por si mesmas ou pelo poder e atuação do mal. Quando Paulo escreve sobre isso descreve com excelência vinda do Espírito sua abrangência e seu poder. Tudo pode, crê, suporta, espera, não acaba, não se porta com escândalos, é paciente, não se alegra com a injustiça mas com a verdade... (1 Cor. 13), e quando ele afirma que o amor é maior e mais importante que os dons espirituais e sem ele esses dons não produzem resultados satisfatórios, isso deveria nos impulsionar para amar, para amar, para amar... (Colos 3: 14)

Mas, lamentavelmente, o que vemos não é expressão de amor. Vemos igrejas, congregações lutando contra outras. Uma atrapalhando a outra, "brigando" por membros, se possível arrancando-os de suas igrejas de origem para trazer para as suas. Irmão maldizendo irmão. Pastores que usam púlpitos para destratar outros pastores e igrejas.

Infelizmente, tenho que afirmar como pastor há algum tempo, que muitas vezes o que mais atrapalha a vida de uma igreja, que atrapalha o seu trabalho e crescimento não são os incrédulos ou os grupos religiosos não cristãos. Muitas vezes os que mais atrapalham e transtornam o trabalho são outros grupos evangélicos, são os próprios irmãos, devido ao ciúme, a inveja, o egoísmo e ao orgulho e como diz Paulo, e coisas semelhantes a essas.

Nos reunimos muitas vezes para nos digladiar, nos ferir e nos maltratar. Já não nos reunimos para hinos e cânticos espirituais (Colos. 3: 16), não mais para interceder pelas almas perdidas, mas para nos ofender e nos mutilar.

Não suportamos as debilidades dos fracos (Rom. 15:1), não perdoamos os que nos prejudicam (Colos. 3: 13), não pagamos o mal com o bem (1 Tess. 5:15), ao contrário, queremos ser muitas vezes mais implacáveis que o próprio Deus (Mat. 5:43-48).
Confundimos o amor cristão com sentimento, com emoção. Não entendemos que o amor cristão não é um mero sentimento, é um mandamento (João 15:17). Não é opcional, é obrigatório. Esquecemos do exemplo e ensino do Senhor Jesus. Esquecemos do sermão do monte. Esquecemos do sacrifício que Ele se submeteu na cruz, sem reclamar, sem odiar... por amor a nós.

Confundimos o amor cristão com um falsa apologética que não o tem como ingrediente principal. A defesa da fé cristã não é uma defesa irada, sem medida, sem critérios, sem amor...Também não é uma piada, uma brincadeira em forma de chacota, fazendo a pessoa que erra de objeto de riso e o tornando ridículo aos olhos de seus irmãos. Aquele que teve a oportunidade dada por Deus para estudar e conhecer mais a Palavra de Deus deve encharcar o seu ensino do amor e da oração. Deve repreender com amor e alimentado pela oração. A leitura e o estudo minucioso do texto de 1 Coríntios 8: 1-13 deveria levar a uma interpretação e aplicação mais cuidadosa do saber e do conhecimento a muitos estudiosos, teólogos e mestres na Igreja no que tange a repreender e ensinar o irmão mais fraco e com menos conhecimento bíblico. A paciência fundamentada no amor deveriam ser marcas desse ensino.

O amor cristão visa sempre reedificar, reconstruir o que foi destruído ou perdido. Visa a restauração, dar mais uma oportunidade, andar mais uma milha. Nunca a condenação, pois não há condenação para os que estão em Cristo Jesus, nunca a acusação, pois é o próprio Deus quem os justifica (Rom. 9:34). Deixemos Deus resolver essa questão.

Se usássemos essa poderosa arma, o amor, unida a nossa fé e capacitação espiritual, não viveríamos tanta confusão como vemos em nosso arraial.

Não desanimemos!

Os tempos são difíceis, mas mesmo com toda essa confusão, existem remanescentes que prosseguem fielmente com o trabalho do Senhor de forma diligente e constante.
Esses exemplos devem nos animar e nos motivar para continuarmos também o serviço do Mestre, buscando clarear, abençoar, iluminar as mentes e corações pela obra do Espírito Santo.
Precisamos reformar o que está em ruínas. Reformar pelo amor cristão.

Por isso, ame a Deus, ame a Igreja, ame seu irmão, ame a Palavra de Deus, ame-se.

Pr. Prof. Magdiel G Anselmo.


O Modelo Bíblico de Crescimento para Igreja


Resultado de imagem para crescimento da igrejaMuito se fala e se escreve acerca de Crescimento de Igreja. Mas será que as Escrituras já não nos revelam como, quando e porque a Igreja cresce? 


Qual o Modelo Bíblico de Crescimento? Vejamos então.
A Palavra de Deus em Atos 9: 31 diz: A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia, e Samaria, edificando-se e caminhando no temor do Senhor, e no conforto do Espírito Santo, crescia em número.”
Havia paz, edificação e ensino (crescimento qualitativo), temor e evangelização (crescimento quantitativo). Como conseqüência vinha à igreja o conforto do Espírito Santo.
Certamente, esta sequência não esta por acaso nas Escrituras. São orientações para como a Igreja deve se portar e agir para crescer em todos os aspectos. Vamos então analisar cada um destes aspectos citados no versículo acima:
1. A igreja tinha paz è Havia paz na época para que a igreja prosseguisse na sua missão de pregar o Evangelho sem ter grandes obstáculos. Não havia maiores perseguições, não havia guerra com outros povos, além de que o grande perseguidor da igreja, Saulo, havia sido confrontado com aquele que perseguia, resultando na sua conversão. Isto trouxe grande alívio para a igreja primitiva que desfrutou de um período de paz. Então podemos entender que esta paz mencionada no versículo trata-se de uma ausência de guerras locais e do tipo de perseguição que havia dos fariseus e religiosos contra os cristãos, perseguição esta que causava muitos aprisionamentos, torturas e mortes. Concluímos então que era uma perseguição com conseqüências físicas aos cristãos e não simplesmente uma perseguição psicológica ou preconceituosa como vemos hoje, mesmo ressaltando que este tipo de perseguição acompanhasse a perseguição física na época. Os cristãos corriam risco de vida, ou melhor, “de morte” por seguirem e propagarem os ensinos de Cristo e dos apóstolos.
Com a saída do cenário de perseguição de Saulo, agora Paulo (que só reapareceria no capítulo 11 de Atos), houve paz.
Trazendo para hoje, chegamos à conclusão que a Igreja Evangélica atual no Brasil possui a paz, que temporariamente a igreja primitiva tinha na época, para realizar a sua missão hoje. Vivemos em um país onde existe a liberdade religiosa, ou seja, podemos cultuar a Deus, nos reunirmos em um local determinado, propagarmos nossas convicções bíblicas a outros, enfim, temos sim paz para sermos cristãos. Temos claro, sofrido preconceitos e perseguições camufladas da mídia e da cosmovisão pós-moderna, mas tudo isso não chega nem perto do tipo de perseguição que a Igreja Primitiva sofria e que temporariamente não acontecia na época do versículo citado como base para este tópico.
Têm-se paz para agirmos o que então nos falta para obtermos os mesmos resultados da Igreja Primitiva?
Lamentavelmente, não aprendemos nada ou muito pouco com os primeiros cristãos. Muitos se orgulham de pertencerem a uma determinada denominação e outros desprezam outras denominações. Alguns se orgulham de serem humildes, outros se orgulham de serem orgulhosos. Alguns colecionam diplomas, outros se sentem felizes por não tê-los e criticam os que têm. Formulam estatutos, constituições, normas, normas, normas, normas... Perdem tempo precioso se reunindo para decidirem sobre assuntos periféricos, secundários ou muitas vezes se reúnem para não decidirem nada, apenas para desfilar com seus títulos, cargos e funções denominacionais.
Muitos usam o púlpito, salas de EBD ou salas de seminários para criticar e ser maledicente com outras denominações evangélicas que comprovadamente são genuínas e apenas discordam de pontos que não são fundamentais para o Cristianismo. Muitos defendem sua denominação ou “líder” como se estes estivessem no mesmo nível e até acima da autoridade das Escrituras.
Temos paz e muitos não se aproveitam dela para pregar o Evangelho, mas sim para inventar novas metodologias e criar novos modelos para a Igreja. Outros perdem tempo tentando trazer a Igreja novas visões e filosofias. Outros ainda se arrogam como “novos teólogos” ou “liberais” propagando a teologia da dúvida, onde se questiona as colunas basilares da fé cristã e a exclusiva legitimidade do Cristianismo Bíblico.
Quanta perda de tempo e dinheiro! Quanta falta de sabedoria! Quanta falta de conhecimento e discernimento bíblicos!
Vale esclarecer que não defendo o ecumenismo ou este ecletismo tão disseminado em nossos dias por líderes famosos e midiáticos, de forma alguma. Não concordo com esta onda que surgiu de uns anos para cá levando várias religiões a terem um relacionamento próximo causando um sentimento de que não importa a religião, basta crer em Deus. Isto é absurdo porque o único Deus verdadeiro é o Deus da Bíblia não o do alcorão, do budismo, do catolicismo, do espiritismo ou outra religião que não seja o Cristianismo Evangélico Ortodoxo. Em 2 Coríntios 6: 14-18 está escrito: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos: porquanto que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão, da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuário do Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles: serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso”.
Defendo a unidade do povo de Deus.
Mesmo existindo várias denominações evangélicas não podemos ser divididos por elas. Visivelmente podemos fazer parte de igrejas evangélicas diversas, porém espiritualmente somos membros da mesma Igreja, somos irmãos em Cristo e filhos de Deus. O orgulho denominacional assim como o desprezo pela Igreja organizada são duas desgraças para a Igreja evangélica atual. Toda forma de orgulho e soberba, assim como de desprezo aos marcos antigos fincados a muito sangue e defesa da fé cristã pelos pioneiros e primeiros cristãos são inconseqüentes e pior, se constituem em pecado, pois desprezam a sabedoria bíblica.
A grande parte da chamada Igreja Evangélica não cresce conforme o modelo bíblico da Igreja Primitiva Apostólica, mas sim conforme o resultado de idéias e concepções extra-bíblicas.
A seara é grande e poucos os ceifeiros. Esta verdade bíblica devia nos fazer mais comprometidos com a missão que temos a cada dia. Devia nos despertar para nossa responsabilidade e privilégio. Claro que todos os salvos serão salvos, Cristo disse que se não falássemos, as pedras falariam. O que acontece é que perdemos o privilégio de sermos usados em tão grande obra. Devemos ser encontrados fiéis na volta de Cristo.
Vamos aproveitar cada momento de paz e liberdade que temos para pregar o Evangelho e então sermos vasos de honra utilizados para a salvação dos perdidos.
Por amor a Jesus, obedeçamos a grande comissão!
2. Havia Edificação e Temor a Deus  è Estes dois aspectos da igreja primitiva apostólica citados no versículo tiveram como conseqüência o crescimento da igreja e  também deve servir de base de orientação sobre como agir para termos os mesmos resultados hoje. 
Falando um pouco sobre esta edificação, nota-se claramente que cada crente tinha uma preocupação com o outro, buscando abençoar e ajudar o(a) irmão(a) em todas as áreas da vida. A própria palavra ou verbo “edificar” já diz tudo sobre o que acontecia. Edificando ou construindo, os primeiros cristãos iam crescendo em maturidade e intimidade com Deus e o princípio de comunidade e solidariedade cada vez mais predominava entre eles.
A edificação visa sempre aprimorar, restaurar e fortalecer a igreja. Nesta linha de trabalho do Espírito Santo através de e em cada cristão, a igreja vai crescendo a cada dia em graça e conhecimento de Cristo. Desta forma, entendemos que este processo passa  por várias fases desde a conversão até a maior maturidade possível. Entre estes dois pontos, o cristão é ensinado, alimentado pela Palavra de Deus, descobrindo e sendo-lhe revelada a vontade de Deus para sua vida em particular e para a igreja em geral.
Entendemos então pelo relato destas características da Igreja Primitiva que, o cristão deve ter como objetivo crescer espiritualmente e levar seus irmãos também a esse crescimento. O plano de Deus é que todo cristão cresça e ensine a outros também a crescer. Maduros e preparados então poderão fazer a obra da evangelização e pregar o Evangelho de tal forma que não tenham dúvidas ou impedimentos sobre o que estão falando. O apóstolo Paulo diz que assim responderemos a qualquer pessoa a razão de nossa fé
A base para esta edificação era o próprio Cristo. Fundamentados em Cristo, construíam uma igreja que cresceu rapidamente no poder do Espírito.
Isso nos leva a refletir sobre o que hoje se entende sobre edificação. Será que a chamada Igreja Evangélica atual está se edificando em Cristo, em amor, será?
O retorno ao exemplo da Igreja Primitiva deve ser nosso objetivo, pois mesmo com erros, eles buscavam a edificação verdadeira que não se consegue através de organizações mas sim, quando se está ligado a Cristo na comunhão do Espírito. É assim que o organismo “igreja” se edifica mutuamente.
As prioridades expostas e ensinadas nas Escrituras nos dão o caminho a seguir para obter esta edificação, são elas: conversão genuína, vida de oração, vida de leitura e estudo da Bíblia individualmente e também sistematicamente na igreja buscando conhecer mais a Deus e ter um relacionamento de intimidade com Ele,, descobrimento dos dons espirituais e de seu uso apropriado no corpo de Cristo buscando sempre se aperfeiçoar, visando a Glória de Deus e por fim tudo isso feito com amor e por amor a Deus, aos irmãos que fazem parte da igreja e aos perdidos que caminham para o inferno, buscando alcançá-los para Cristo.
Um texto que particularmente me chama muito a atenção sobre este assunto é o de Efésios 4: 7-16. Vemos neste texto qual é a obra que o Espírito Santo quer realizar na Igreja e através da Igreja. O ministério e a edificação dos santos são maravilhosos quando se segue a orientação bíblica. Temos tudo para fazer certo!
®O outro aspecto neste tópico citado no versículo é o temor a Deus.
Alguns entendem e até ensinam que o temor a Deus citado nas Escrituras significa “ter medo de Deus” e esse medo então leva as pessoas a serví-lo. O que os leva a pensar assim é a origem etimológica da palavra na língua grega. Mas qualquer estudioso da Bíblia sabe que somente a ferramenta etimológica para interpretação de um texto bíblico não é aconselhável, pois a probabilidade de erro é imensa devido ao campo semântico muito abrangente em seus vários sentidos. Devem-se utilizar os princípios de hermenêutica e exegese para então ter a certeza do sentido do termo na passagem bíblica. Com absoluta certeza, o sentido de “temor a Deus” nas Escrituras não é de servir a Deus apavorado com o que Ele poderá fazer conosco ou com outros, pois a Bíblia não ensina isso, veja o que João diz em I João 4: 16-18. O apóstolo é enfático em dizer que “aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”. Servimos a Deus porque o amamos e não porque estamos apavorados com Ele.
O sentido correto para “temor a Deus” é de uma profunda reverência por Deus, um profundo respeito que levá-nos em tudo que fazemos, pensamos e falamos buscar agradá-lo fazendo Sua vontade.
 O temor a Deus então levava os primeiros cristãos a terem uma vida que honrasse o nome de Cristo em todos os aspectos. Erravam sim, pecavam sim, mas buscavam a perfeição.
Com o passar dos séculos, nós os cristãos deixamos de nos preocupar em agradar a Deus com nossas atitudes e intenções, não pensamos muitas vezes qual seria a opinião de Deus sobre determinado assunto ou decisão que temos que tomar e recorremos a Deus apenas quando as coisas não dão certo.
O temor a Deus muitas vezes não pauta nossas vidas e procuramos não tocar em áreas de nossa vida que sabemos que estão fora da vontade de Deus, fingindo que está tudo bem.
Temos que deixar de ter certas atitudes por “temor a Deus” e temos que ter certas atitudes por “temor a Deus”. Homens e mulheres tementes a Deus, esta deve ser a realidade da igreja evangélica atual. Pessoas que tenham coragem para renunciar a valores e atitudes mundanas e se portarem como cristãos verdadeiros, nascidos do Espírito e que vivem no espírito.
Devemos respeito e reverência total ao nosso Deus, só Ele é digno de toda honra, glória e louvor!
3. Havia o conforto do Espírito Santo  è Depois dos aspectos já vistos que antecediam o crescimento só poderia haver este conforto, porque Deus ama seu povo e  uma das funções do Espírito Santo na vida do crente é confortá-lo.
Sabemos e não somos ingênuos por pensar que não havia problemas na Igreja Primitiva. Todos têm problemas, Cristo disse que teríamos aflições, porém quando estamos no centro da vontade de Deus, existe o conforto, o alívio, o consolo do Espírito que nos dá novo ânimo, renova nossas forças para continuarmos nossa caminhada. Isso acontecia com os primeiros cristãos e isso proporcionava à igreja novo alento para  realizar, como comissionados de Deus, sua missão.
Aprendemos com este relato que quando estamos servindo a Deus da forma e na hora correta, Ele nos ajuda, capacita e conforta para executarmos nosso serviço cristão. Temos que buscar em Deus a orientação para então realizarmos a obra que é dEle. Sem esta orientação faltará a parte atuante de Deus e ficaremos insatisfeitos, estressados e sobrecarregados de atividades que não era para realizarmos ou não era o momento correto para realizá-las.
  A falta de conforto de Deus em ocasiões em nossa vida pode ser de certa forma um sinal de que não estamos agradando-O com o que estamos fazendo, temos que ter a sensibilidade e discernimento espiritual para ouvir a voz do Espírito em nosso coração e então obedecê-la sem pestanejar. Aí haverá conforto.
4. E finalmente vem a conseqüência de tudo isso, a igreja crescia.
Deus preparou o ambiente, a igreja aproveitou o ambiente edificando-se e temendo a Deus. Deus confortou Sua igreja, pois faziam Sua vontade. Vidas então iam sendo salvas pela atuação do Espírito Santo em cada cristão e através de cada cristão na obra evangelizadora. A igreja crescia! Aleluia!
Este é o processo para uma igreja crescer dentro da vontade do Senhor da igreja, esta tudo escrito e só lermos e buscarmos fazer como e quando Ele quer. Deus é “Emanuel” ou seja, “Deus Conosco”. Quando fazemos como Nos ensinou nada pode parar a igreja do Senhor.
Para que temos que inventar novos meios para crescermos, porque não ouvimos a voz de Deus e seguimos sua orientação?
Todos estes aspectos que levaram a igreja primitiva e apostólica crescer numericamente e qualitativamente são atuais e aplicáveis ao nosso contexto. Temos um ambiente propício à pregação das boas-novas, temos na Bíblia toda orientação para edificação e postura para sermos crentes tementes a Deus com vidas piedosas e temos a promessa de Deus que afirma que nos ajudará, capacitará, fortalecerá e nos confortará durante todo este processo. O que estamos esperando para marcharmos? O que nos falta para impactarmos o mundo de hoje com a mensagem do Evangelho?
Finalizo este postagem afirmando que somente quando retornarmos ao modelo bíblico de Igreja, nossos resultados serão satisfatórios aos olhos de Deus. Enquanto continuarmos a planejar fora do plano de Deus, a inovar o que não é para inovar, priorizar o que não é para priorizar, buscarmos agradar as pessoas que freqüentam nossos templos ao contrário de agradar o Deus da igreja, lamentavelmente teremos crentes imaturos e igrejas cheias de pessoas muitas vezes “vazias” de Deus.
Àquelas igrejas que continuam buscando seguir a vontade de Deus revelada nas Escrituras peço a Deus que continue a confortá-los e usá-los de exemplo as outras para que assim possam retornar às Escrituras e todos juntos agradar ao criador e sustentador de todo o universo.
Ao Senhor da Igreja, suplico que perdoe nossos pecados e nos ilumine para podermos entender Sua vontade revelada e obrigado por ter tanta paciência conosco. Somente o Senhor é capaz de tamanha misericórdia e bondade. Conduza-nos pelo teu infinito amor e justiça, ao Teu plano já estabelecido e usa-nos conforme Teus propósitos. Amém.
Pr. Prof. Magdiel Anselmo.


quinta-feira, 8 de março de 2018

Meu Deus! Os Filhos Crescem...

Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos. É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida. Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criaturinha. Você pensa:
Como ela aprendeu a conversar sério daquele jeito, e como seu vocabulário aumentou tanto assim e você não se deu conta?
Onde é que andou crescendo aquela menininha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?
Cadê aqueles pequeninos que nos homenageavam na igreja no dia dos pais e das mães com canções, trazendo com um sorriso maroto flores e gravatas de papelão e nos abraçando com tamanho carinho que não conseguíamos segurar as lágrimas?
É... As crianças estão crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da academia, esperando que eles não apenas cresçam, mas apareçam...
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com uniforme de sua geração.
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que elas saiam esfuziantes e cabelos longos, soltos ou eles com os cabelos arrepiados e cheios de gel.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, filhos presenteados a nós por Deus, e que apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas buscamos ensinar, orientar e amar de todo nosso coração.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros. Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam.
Mas, há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das academias e dos passeios e festinhas da escola. Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô. Vão sozinhos para igreja, e ás vezes nem mais para a mesma igreja que congregamos. Começamos a perder o controle que possuíamos sobre suas vidas e isso nos assusta.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas.
É nessa fase que ficamos a nos questionar. Será que deveríamos ter estado mais com eles, deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para abençoá-los, para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores. Será que deveríamos ter orado mais por eles ou lido mais a Bíblia juntos?
Não os levamos suficientemente ao Playcenter (lembram dele?), ao shopping, ao cinema, ao Zoológico, não lhes demos suficientes hambúrgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado. Será que não nos divertimos juntos o suficiente?
Será que ensinamos tudo sobre Deus e Sua Palavra como deveríamos? Fomos bons exemplos?
A verdade é que eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto, todo nosso amor. O tempo passou muito rápido.
No princípio iam à praia ou ao clube entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos e amiguinhos. Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.
Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Antes. Íamos à igreja com o carro lotado, com Bíblias por todos os lados e cada um comentando sobre o que seria realizado e outros até ensaiando louvores de última hora.
Depois, o carro começou a ficar vazio e o silêncio muito vezes era somente o que se ouvia.
Os pais ficaram exilados dos filhos.
Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "bagunceiros", daqueles “barulhentos”.
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e orando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade. E que a conquistem do modo mais completo possível e mais agradável a Deus.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos (rs).
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso os avôs são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam. Não podemos esperar. O tempo não para. Temos que fazer mais, muito mais
Porque eles crescem.
Meu Deus, como eles crescem...

Magdiel G Anselmo  - pai







Pregação agradável ou Bíblica?

A verdadeira pregação talvez não seja aquela que encherá os templos e o ego de líderes religiosos, mas certamente encherá os corações dos salvos em Cristo Jesus.
A Igreja de Cristo precisa pregar a Palavra do Senhor. Precisamos banir de nossos púlpitos pregações que visam simplesmente satisfazer aos ouvintes, pregações que produzam sentimentos agradáveis, para fazer o ouvinte se sentir bem.
Resultado de imagem para crianças comendo docesPrecisamos nos voltar para o que a Bíblia diz e cessar de pregar o que achamos ou sentimos.
Em II Timóteo 2:3 fica bem claro o que muito acontece nos dias atuais. Querendo satisfazer a coceira nos ouvidos se utilizam de recursos impróprios como muitas anedotas, psicologia, palestras motivacionais, pensamento positivo e sermões que fortalecem o ego. A correção, instrução e exortação acabam se tornando inaceitáveis.

O resultado são crentes imaturos e despreparados para a vida.      

Há uma grande coleção de livros atualmente que “ensinam” como transmitir a mensagem do Evangelho. Alguns destes especialistas dizem que pastores e líderes que desejam ser mais bem-sucedidos precisam concentrar suas energias fornecendo aos não-cristãos um ambiente inofensivo e agradável.
Conceder-lhes liberdade, tolerância e anonimato. Ser sempre positivo e benevolente. Se for necessário pregar um sermão, deve-se torná-lo breve e recreativo. Não pregar longa e nem enfaticamente. E, acima de tudo, todos devem ser entretidos. As igrejas que seguirem estas regras, dizem eles, experimentarão um crescimento numérico e as que ignorarem estarão fadadas a estagnação.
Tenho que concordar que seguindo estas orientações a probabilidade de crescer numericamente é imensa e ouso dizer quase que há a certeza disto acontecer, porém crescer numericamente não significa crescer corretamente do ponto de vista bíblico. Discordo frontalmente quando dizem que não seguindo estas orientações, as igrejas estão fadadas a estagnação. Esquecem-se talvez, quem na verdade é o dono da Igreja e que Ele mesmo já nos deixou revelado em Sua Palavra a forma como devemos transmitir a mensagem do Evangelho. Retirando as antigas colunas, com certeza, toda a casa ruirá. Creio firmemente que seguindo a orientação bíblica cresceremos, quem sabe não da forma e no número que muitos líderes desejam mas, da forma e no número que Deus já determinou que crescêssemos.
O homem sempre esta desejando criar metodologias próprias e inovadoras, causando conseqüências desastrosas para a Igreja de Cristo e fazendo com que muitos escolhidos tenham vidas cristãs medíocres e abaixo do que poderiam estar.
O crescimento espiritual é pessoal e depende do que a pessoa ouve, vê e aprende na igreja que congrega. Sendo bem alimentada, ela estará motivada e direcionada para conhecer mais dos mistérios de Deus e de ter uma comunhão e intimidade com o Senhor sempre crescente e constante. Sendo mal alimentada, ela se tornará anêmica, infantil e estacionada no conhecimento básico e inicial de Cristo sem crescer e amadurecer. Não haverá condições de serviço cristão nem de usar seus dons espirituais e talentos em prol da edificação da igreja, muito menos das responsabilidades de ser cristão, já que nem conhecimento destas coisas ela tem. A igreja nestes casos é uma grande creche com um grande estoque de leite e fraldas, e somente disto.
Com relação às inovações que estão sendo tentadas, algumas são extraordinárias, e até mesmo, radicais. Algumas igrejas, por exemplo, realizam seus maiores cultos na sexta-feira ou nos sábados à noite, em vez de no domingo. Tais cultos são repletos de música e entretenimento, oferecendo às pessoas, verdadeiros substitutos ao teatro e às atividades sociais. Os membros da igreja agora podem “cumprir sua obrigação de ir à igreja”, ficando livres para usarem o fim-de-semana como quiserem.
Um destes freqüentadores de cultos aos sábados explicou por que esses cultos alternativos são tão importantes: “Se você vai à EBD às 9:00 horas acaba saindo da igreja perto das 12:00 horas, isso praticamente liquida o dia”.
A julgar pela freqüência aos cultos, muitos dos membros de igreja sentem que passar o Dia do Senhor na igreja equivale a desperdiçar o domingo por completo. Os cultos não dominicais em algumas igrejas, estão sendo mais freqüentados do que aqueles que haviam aos domingos.

E isso não é tudo.

Muitos destes cultos alternativos não oferecem qualquer tipo de pregação.
Em lugar disso, dependem da música, dramatização, multimídia e outros meios de comunicação para transmitir a mensagem. Todas as músicas e apresentações são cuidadosamente escolhidas e preparadas para que os incrédulos sintam-se bem. Nada, praticamente é dispensado como impróprio para o culto a Deus: rock nostálgico, heavy metal, rap, dança, comédia, palhaços, magia teatral, lutas tipo vale-tudo, tudo se tornou parte do repertório evangélico. Ah, sim ! Estava me esquecendo a pregação clara e poderosa da Palavra de Deus, esta sim, se tornou inadequada e antiquada.
Para que eu possa não ser mal interpretado, não quero afirmar que não há lugar no culto para apresentações e atividades que citei, porém, nunca podemos esquecer de que o culto é realizado para Deus e não para as pessoas.
Agradar a Ele deve ser nosso objetivo além de adorá-lo com o que fizermos. Não podemos relegar ao esquecimento ou ao desprezo a pregação da Palavra de Deus como é ensinada na Bíblia através da vida e dos ensinos do próprio Cristo.
Dentre todas as atividades que possam acontecer em um culto evangélico, a mais importante é certamente o momento da proclamação da Palavra, pois é através dela que a fé é comunicada e despertada no ouvinte.
Todos os exemplos bíblicos de conversões foram ou através de um pregação a grupos de ouvintes ou através de evangelismo pessoal. Desafio alguém a mostrar biblicamente exemplos ou algum tipo de ensino sobre conversões através de músicas, representações teatrais, danças, coreografias, palestras psicológicas motivacionais ou coisas semelhantes a estas. 
Todas estas atividades devem ser consideradas como parte do culto talvez, mas como formas de louvar e adorar a Deus, ressaltando que sem este objetivo por parte de quem as realiza nem para isso servem, mas nunca como formas de alcançar o perdido ou de produzir algum tipo de crescimento espiritual em membros do corpo de Cristo.
Enganam-se tragicamente quem pensa que o convencimento vem primeiramente quando se alcança as emoções.
A conversão é um ato pessoal que é consumado através do ouvir a pregação do Evangelho, do convencimento do Espírito Santo através desta pregação e da atitude decorrente do homem se prostrando quebrantado aos pés de Cristo alegremente em uma entrega total  ( Romanos 10:17; João 14: 26; 16:8).

Esta é a regeneração e a Justificação que são instantâneas e eternas.

É uma decisão racional primeiramente e então emocional secundariamente.
Do contrário, teríamos somente conversões emocionais e superficiais pois as emoções descontroladas impedem o homem de raciocinar sobre o que está fazendo e ouvindo, isso a Bíblia nos ensina em Jeremias 17: 9,10.
Talvez por isso, tenhamos tantos “crentes” que no primeiro problema abandonam a fé, talvez nunca tivessem realmente sido convertidos, apenas se emocionaram com algo ou acharam agradável uma igreja ou uma programação e talvez também por isso tenhamos tantas igrejas lotadas de pessoas vazias de Deus.  
Quero me entrincheirar nas Escrituras para explicar minha opinião sobre este assunto.
As Escrituras dizem que os primeiros cristãos viraram o mundo de cabeça para baixo (Atos 17:6). Em nossa geração, o mundo está virando a Igreja de cabeça para baixo. Biblicamente falando, Deus é soberano, não o incrédulo que não freqüenta a Igreja. A Bíblia, e não o plano de marketing deve ser o único guia e autoridade final para todo o ministério eclesiástico. Em vez de acalentar o egoísmo das pessoas, o ministério da Igreja deveria atender às verdadeiras necessidades delas. O Senhor da igreja é Cristo e não um “zé da poltrona” com um controle remoto nas mãos ou sentado confortavelmente em um banco ou cadeira na igreja.

Não consigo ouvir a expressão “temos que ter uma igreja agradável para todos” sem que isso me traga a mente a passagem de Atos 5 e a história de Ananias e Safira.

O que se passou naquela ocasião desafia abertamente quase toda a teoria contemporânea dos especialistas de crescimento de igreja. A igreja de Jerusalém não era nem um pouco “agradável”.
Aliás, era exatamente o oposto: “grande temor a toda a igreja e a todos os que ouviram a notícia destes acontecimentos” (Atos 5:11). O culto daquele dia foi tão perturbador, que nenhum dos que não freqüentavam a igreja ousou juntar-se a eles. O só pensar em freqüentar aquela igreja aterrorizava o coração daquelas pessoas, apesar de os ter em alto conceito (Atos 5:13).
Lembre-se que esta igreja é a mesma de Atos 4, uma igreja nova e cheia de vitalidade.
O povo estudava intensamente a doutrina dos apóstolos, existia comunhão, oração, muita fé , amor e a igreja crescia.
Porém, o inimigo tentou e seduziu Ananias e Safira a ponto de mentirem ao Espírito Santo. O pecado entrou naquela igreja, e as Escrituras jamais deixam a verdade de lado, ainda quando esta é dolorosa e desagradável. A igreja não é perfeita, nunca o foi. Começando com este incidente discorre-se por todo o Novo Testamento as orientações de Paulo que travava uma guerra implacável contra o pecado na igreja, chegando algumas vezes a ser duro e incisivo em suas epístolas aos Coríntios e aos Gálatas.
Deus sempre foi implacável com o pecado e a pregação evangélica e apostólica deve ter também este  padrão nos dias atuais. A pregação deve ser ousada e poderosa. Não se envergonhar do Evangelho, embora haja perseguição. Devemos chamar o pecado de pecado, e não aceitarmos sua permanência dentro da igreja. Os crentes devem ser levados a entender que o Evangelho é algo sério para os que o receberam e vital para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de ouví-lo.
O ministério da pregação dos apóstolos  incluía doutrina assim como evangelismo. Atos 2:42 declara que os crentes “se dedicavam ao ensino dos apóstolos”. Esse rebanho era bem nutrido, mas ao mesmo tempo dinâmico.
Finalizando este ponto, afirmo sem medo de errar que a Igreja de Jerusalém deve ter sido um excelente lugar de comunhão. Eles não seguiram qualquer das técnicas de marketing da atualidade, não buscaram inovações, mas sim, uma comunhão calorosa e verdadeira. Continuaram seguindo a forma do ministério de Cristo quando aqui na terra. De forma amorosa, supriam as verdadeiras necessidades uns dos outros. Eles contavam com o ensino rico e amplo. Havia a pregação apostólica, o partir do pão e as orações diárias. E interessante, que nada disso foi feito ou planejado com o intuito de atrair os incrédulos. Mas, mais interessante ainda, é que novas pessoas continuavam a se converter, e o Senhor continuava acrescentando à igreja, dia após dia, os que iam sendo salvos (Atos 2:47).
Aprendamos com as Escrituras.