sábado, 24 de fevereiro de 2018

A METODOLOGIA DIVINA - MODELOS BÍBLICOS PARA A IGREJA.


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Este assunto é de suma importância em nossos dias. Quando presenciamos a Igreja sendo bombardeada de todos os lados por falsos ensinos, inovações perniciosas e pessoas com claras intenções em transtornar a sua real essência e gloriosa missão, faz-se necessário voltarmos ao que as Escrituras nos revelam sobre como o próprio Cristo organizou Sua Igreja e o Espírito Santo a preparou. 
À medida que vamos analisando a Igreja Primitiva Apostólica descobrimos a forma pelo qual o Espírito Santo quer atuar na igreja e a forma que a igreja deve atuar na força do Espírito Santo. Muito temos que aprender ou pelo menos relembrar com as experiências e ensinos dos primeiros cristãos.
Homens e mulheres que foram perseguidos, açoitados e mortos muitos deles por seguirem o Cristianismo. Crentes que buscavam a glória de Deus e a obediência a Sua vontade. Vamos ver como eram as primeiras formas de atuação da igreja como comunidade cristã.
Enfim, como já afirmei a igreja primitiva apostólica tem muito a nos ensinar. As Escrituras mostram que os apóstolos seguiam os métodos ensinados por Cristo, não poderia ser diferente, mas quais eram esses métodos?
a. Pregação do Evangelho de Cristo: Aproveitavam todas as oportunidades para pregar o Evangelho, não tinham receio de quem fosse o ouvinte. Tinham uma missão e a cumpriam o melhor que podiam. E Deus os capacitava para tal. O número também não importava, podia ser uma pessoa assim como milhares. Tinham consciência do valor de uma pessoa para Cristo, pois foram alvos deste amor um dia e tinham ciência de que Cristo morreu pelo pecador que cresse na mensagem.
b. Batismo nas águas: Após a conversão imediatamente batizavam os novos na fé como obediência a ordem do Mestre Jesus Cristo.
c. Ensinavam sistematicamente a doutrina que aprenderam de Cristo: Em várias partes do NT vê-se o verbo “ensinar” usado para mostrar uma função e atuação apostólica. As cartas paulinas, joaninas e petrinas são um exemplo marcante deste método de atuação.
Foi desta forma que os apóstolos iniciaram seus ministérios e devido a isso as primeiras congregações foram organizadas. Muitas vidas foram salvas e ensinadas e o mundo daquela época foi sacudido pelo poder do Evangelho de Cristo. Muitos foram reconciliados com o Pai através de poucos e frágeis homens que capacitados e dirigidos pelo Espírito Santo deram continuidade ao plano divino.
O Modelo Bíblico de Comunhão:
O modelo de comunhão da e na Igreja Primitiva era simples e prático, porém de grandes resultados na vida de cada participante. Os textos bíblicos de Atos 2: 42-47 e de  11: 19-25 são bem esclarecedores quanto ao que acontecia com e na Igreja Primitiva. Lendo-os percebe-se que os cristãos (como foram chamados em 11: 26 pela primeira vez), eram muito próximos uns dos outros, ou como diz em 2: 44 “tinham tudo em comum” e isso parece-nos que era algo natural entre eles.
A união da Igreja ocorria devido ao amor desinteressado em coisas materiais e visíveis, realmente era despojado de materialismo. Ao contrário, existia um amor ardente em cada coração pela pregação do Evangelho e pela edificação em amor da Igreja como um todo.
O relato bíblico mostra uma união crescente da igreja. Havia a simplicidade e a necessidade de estarem sempre juntos, orando e louvando a Deus.
Seguiam literalmente o exemplo de Jesus Cristo e dos apóstolos, visando sempre alcançar vidas pela pregação e pelo amor às pessoas.
Não vemos, neste princípio, intrigas ou conflitos internos relevantes. Alguns dizem que isso ocorria porque a Igreja ainda estava no primeiro amor e empolgada com o encontro com Cristo. Mas, se continuarmos a ler o livro de Atos, veremos mais a frente que esta “empolgação” como alguns argumentam ser o motivo desta comunhão, não impediu que esta Igreja fosse séria e comprometida com a Verdade. Um exemplo disto é o texto de Atos 5: 1-11.
Para aqueles que justificam o esfriamento ou diminuição do amor como sendo coisa natural a vida do crente, posso lembrá-los da advertência de Cristo a igreja em Éfeso (Apocalipse 2: 2-7). Se a Bíblia não basta para removê-los de seu erro, não sei mais o que bastará.
Com certeza, o exemplo de comunhão da Igreja Primitiva deve ser uma busca incessante da Igreja atual. A simplicidade do Evangelho deve ser vivida em toda sua plenitude. A comunhão entre irmãos deve ser uma prioridade da comunidade evangélica. Mas que comunhão? Será esta comunhão simples palavras, sorrisos ou abraços em meio a cânticos que nos forçam a olhar e falar com nossos irmãos, a qual nem o nome sabemos muitas vezes? Será esta comunhão o simples fato de sermos membros de uma denominação e cultuarmos a Deus em um mesmo local? Será esta comunhão nos cumprimentarmos com “a paz do Senhor”, “graça e paz” ou outra forma usada para nos diferenciarmos do mundo?
Que comunhão era aquela da Igreja Primitiva, que os levava a renunciar bens e propriedades em prol do irmão necessitado? Que os levava a ter a simpatia daqueles que não faziam parte da igreja? Que os fazia alegres e simpáticos, mesmo em meio a terríveis perseguições? Que comunhão era aquela?
Evidente que não era o tipo de comunhão que estufamos o peito e dizemos que temos uns com os outros atualmente. Ah, como muitas vezes somos hipócritas e cheios de interesses pessoais. Cantamos que somos um, mas não nos conhecemos além da liturgia de nossos cultos.  Estamos na maioria das vezes preocupados com as aparências e esquecemos de que a comunhão que a Igreja Primitiva tinha não era aparente, mas interna, espiritual. Temos vergonha de abraçarmos nosso irmão porque não o conhecemos e não temos a mínima intimidade com ele(a)  para isso. Por isso muitas vezes esta atitude induzida por cânticos é pura hipocrisia e falsidade. Falta-nos o amor tão natural nos primeiros cristãos.
Nosso dia-a-dia, os problemas da vida, a ansiedade em ter e ser, o materialismo, as aparências e tudo o mais tiraram da Igreja de Cristo o sinal, a marca dos verdadeiros cristãos: “o amor as pessoas” e o “o amor a Palavra de Deus”. É assim que seríamos conhecidos, já dizia Cristo. Não há como amar as pessoas (o próximo) sem que haja amor a Palavra. O simples praticar e ensinar a Palavra são expressões deste amor ao próximo. A Igreja Primitiva amava e perseverava na doutrina dos apóstolos (na Palavra).
Quando alguém surge, como um solitário soldado, e começa a priorizar o espiritual e dar atenção e importância ao que a Bíblia nos revela e ensina sobre as questões e inquietações da vida, muitos não aceitam e entendem suas intenções e inicia-se uma campanha contra. Afirmam: “Onde já se viu priorizar o espiritual e dar importância tão grande ao zelo pela prática da fidelidade às Escrituras? Como não buscar as coisas materiais e a auto-suficiência intelectual?” “Por que não questionar esses ensinos ‘antigos’? Os tempos são outros.” E muitos começam a pôr em dúvida até o caráter deste soldado solitário, pautados em princípios capitalistas e valores mundanos e seculares.
Quando vemos alguém viver na dependência total de Deus, amando as pessoas e buscando levá-las a Cristo pela pregação e ensino do Evangelho e para isso se entregando integralmente para aprender, se preparar e trabalhar na obra de Deus, muitas vezes rotula-se esta pessoa de “à toa”, “aproveitadora”, “desocupada” e até de “alienada”.
O amor e o ardor pela sã doutrina, pela fiel interpretação do texto bíblico e pelas pessoas iludidas e ludibriadas por um evangelho antropocêntrico são a motivação desses fieis cavaleiros da justiça. O próprio Espírito tem movido o coração destes soldados solitários e tem os levado a lutar pelo retorno ao modelo de comunhão da Igreja Primitiva.
A comunhão na Igreja Primitiva se dava primeiro pela mesma forma de pensar. Os objetivos de todos era levar Cristo aqueles que não o conheciam e ajudar objetivamente a irmandade em todos os sentidos. Não havia egoísmo ou interesses pessoais. Tudo em comum, era o lema. A seguir, a comunhão era preservada pelo Espírito por causa da obediência e submissão a Palavra de Deus, bem como, a defesa da fé cristã que fora ensinada pelos apóstolos.
A comunhão na Igreja de Cristo deve seguir o modelo dos primeiros cristãos. Conhecer-nos é uma oportunidade para exercermos amor, as dificuldades e problemas de meu irmão também são meus, as alegrias e vitórias de meu irmão também são minhas. Só assim haverá intimidade e reciprocidade. Um entendendo o outro, orando uns pelos outros com sinceridade e amor. Repreendendo quando necessário, mas acima de tudo estando juntos para fortalecer e encorajar.
Esta comunhão só será possível e não simplesmente uma utopia, se o corpo estiver ligado à cabeça, que é Cristo e unido pelo vínculo do Espírito. A comunhão com o Deus da Igreja é imprescindível para que a verdadeira comunhão entre irmãos aconteça e prevaleça.
Abaixo o materialismo. Abaixo o evangelho teatral. Abaixo a omissão da Verdade disfarçada de comunhão enganosa.
Viva o verdadeiro Cristianismo! Viva o Cristianismo Bíblico !
Voltemos ao modelo primitivo apostólico, voltemos a Deus.

 Em Cristo,
Pr. Prof.  Magdiel Anselmo.








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