terça-feira, 6 de novembro de 2018

O GRAMSCISMO - O QUE É ISSO?


O que é o Gramscismo?
O Gramscismo prega a mudança da cultura na sociedade em direção ao Socialismo para mais tarde poder ser feita uma revolução comunista e através dela os esquerdistas assumirem o poder. Gramsci acreditava que o pensamento capitalista estava por demais solidificado na sociedade e esta precisaria ser mudada culturalmente antes de se poder fazer uma revolução. E que os métodos leninistas (radicais) não eram eficazes, sendo necessária outra estratégia para conquista e poder.

Quem foi Gamsci?
Antonio Gramsci nasceu na Itália, foi escritor, jornalista e político, iniciou a militância no âmbito socialista e posteriormente veio a ser um dos fundadores do Partido Comunista da Itália na década de 20 do século passado. dedicou-se à escrita, cujo tema favorito era teoria política, com o objetivo de, em seus ‘Cadernos’, desenvolver um laboratório de ideias por meio de uma revolução para alcançar a eficácia máxima da hegemonia cultural, abdicando da luta armada. Como ele sonhava atingir esta hegemonia cultural? Ocupando espaços. Para executar a revolução, é necessário que ela seja coordenada pelos chamados “intelectuais orgânicos” até a tomada do poder, através de agentes incrustados em muitos meios de comunicação (para moldar a opinião pública), em instituições de educação (escolas e universidades) e em partidos políticos.

O que deseja e como atua o Gramscismo?
Convém ao gramscismo fixar suas entranhas na superestrutura (composta por instituições e crenças, como família, Igreja, Estado, escola e partidos, por exemplo) para modificar o imaginário das “cobaias” (assim eram definidos os indivíduos por Gramsci) e a forma como pensam e interpretam a visão de mundo, interferindo diretamente em comportamentos e condutas no dia a dia. Com as instituições deterioradas, torna-se mais fácil manipular, distorcer e totalizar a ação política, social e intelectual na consciência e nas decisões da população, por meio do embrutecimento coletivo, além de, claro, apoderar-se também dos meios de produção.
As universidades são os locais perfeitos para estes experimentos de hegemonia cultural. Lá, muitos intelectuais orgânicos disfarçados de educadores, que controlam a condução da ‘cultura ideológica intelectual’, selecionam por conveniência livros, publicações e materiais didáticos adequados para os métodos ‘progressistas’ de ensino e aprendizagem na formação de ativistas. Não é a toa que um levantamento divulgado pela Universidade Católica de Brasília, por exemplo, revelou que mais de 50% dos universitários são analfabetos funcionais. É esta hegemonia cultural gramscista que fomenta militâncias político-ideológicas de esquerda na Academia. O verdadeiro conhecimento foi subjugado por massas de manobra e movimentos organizados relativistas (feminismo, diversidade sexual, pró-aborto, pró-maconha, etc) que até hoje não mostraram para que vieram, a não ser para atender a interesses politiqueiros e gritar arcaicas palavras de ordem contra a ilusória ‘elite opressora’ e o Cristianismo. Enquanto isso, silenciam por oportunismo quando ditaduras comunistas e islâmicas violam sistematicamente direitos humanos destas mesmas minorias que dizem representar no Brasil. Aos aliados, tudo; aos ‘inimigos’, a lei.

É impossível uma luta por ‘direitos’ quando há financiamento estatal ou partidário nesses movimentos. Direitos são isonômicos e universais e não inerentes a tão somente determinados segmentos sociais em busca de privilégios para difundir o ódio contra aqueles que não se enquadram nos parâmetros da agenda marxista. Isso faz parte da estratégia da uniformização discursiva na esfera pública. 
Abaixo segue uma declaração de Antonio Gramsci para reflexão sobre como ele via a liberdade e a moral cristã, tão importantes para o fortalecimento da democracia: 
“O mundo civilizado tem sido saturado com Cristianismo por 2000 anos, e um regime fundado em crenças e valores judaico-cristãos não pode ser derrubado até que as raízes sejam cortadas”.

SINAIS CLAROS DO GRAMSCISMO NO BRASIL 
Alguns sinais e atuações são claros. Vejamos:

1. O conceito de sociedade nacional foi substituído pelo de ´sociedade civil`. A comunidade como conjunto das pessoas interdependentes, com sentimentos e interesses comuns, passa a ser o espaço das classes em oposição. Embora não seja aparente, é a cena da "luta de classes.”
2. A personalidade popular passa a ser protagonista da história nacional em substituição ao vulto histórico, apresentado como opressor, representante das classes dominantes e criação da ´história oficial`.
3. A história é ´revisada` (na interpretação marxista) que substitui a História Pátria ´oficial` (´invenção` do grupo dominante).
4. Moral laica e utilitária em substituição à moral cristã e à tradição ética ocidental.
5. Discriminação racial, dita como sutil e disfarçada e como realidade que desmente a crença ´burguesa ultrapassada` de tolerância e de sociedade multirracial e miscigenada. Este conceito recente é interessante porque se tornou senso comum apesar de todas as ostensivas evidências de que é falso; resultado da ´orquestração` (afirmação repetida).
6. O preconceito, como qualidade que estigmatiza as pessoas conservadoras ou discordantes de certas atitudes e comportamentos permissivos ou tolerantes.
7. Os direitos humanos como proteção ao criminoso comum (identificado como vítima da sociedade burguesa) e indiferente à vítima real (identificada geralmente como burguês privilegiado).
8. A opinião pública como critério de verdade maior que os valores morais tradicionais e a própria lógica, quando inconvenientes.
9. A ecologia como projeto superior ao desenvolvimento econômico (´especulação` capitalista burguesa) e social. A organização popular (aparelho privado não-estatal, ´eticamente` superior ao organismo estatal burguês.”
10, “Os principais meios de difusão dos conceitos do novo senso comum são os órgãos de comunicação social, a manifestação artística, em particular o teatro e a novela, a cátedra acadêmica e o magistério em geral. A eles se soma a atividade editorial, com menor alcance social.”
11. A união conjugal episódica ou temporária e de pessoas do mesmo sexo em substituição à família estável e célula básica (célula mater) da sociedade.
12. Ecletismo religioso em substituição ao compromisso e fidelidade aos princípios religiosos de opção.

Além disso, as chamadas "trincheiras burguesas", segundo Gramsci, devem ser alvo de infiltração:
- O Judiciário;
- O Congresso;
- O Executivo (Governo);
- Os Partidos Políticos Burgueses;
- As Forças Armadas;
- O Aparelho Policial;
- A Igreja católica;
- O Sistema Econômico Capitalista.

E a infiltração deve visar:
“A neutralização, se possível a eliminação destas ´trincheiras`, é predominantemente uma guerra psicológica (mas não só esta) visando a atingi-las e miná-las [...], por meio do:
- Enfraquecimento, pela desmoralização, desarticulação e perda de base social, política, legal e da opinião pública;
- Esvaziamento, pelo isolamento da sociedade, perda de prestígio social, perda de funções orgânicas, comprometimento ético (´denuncismo`), quebra de coesão interna, ´dissidência interna`;
- Constrangimento e inibição por meio do ´patrulhamento`, penetração ideológica, infiltração de intelectuais orgânicos.”

Será que há alguma semelhança com o que ocorreu com o Brasil à partir da tal redemocratização e Constituição de 1988?
Aprenda História e reflita, pense.

TEOLOGIA FEMINISTA - O FEMINISMO NA IGREJA

Um novo desenvolvimento teológico foi necessário para dar suporte ao feminismo na Igreja. Esta nova teologia se moveu em várias direções. Veremos com relação a ordenação feminina, mas este é somente e apenas um item de uma agenda muito maior e mais radical.
Reinterpretação da Sexualidade Feminina
Rejeitando a definição de feminilidade e dos papéis femininos que lhes foram impostos pelos homens e pela mentalidade patriarcal dominante, uma parte significativa das ativistas radicais demandaram uma nova definição destes itens que partisse de outro referencial. A conclusão a que chegaram foi que a própria mulher é o melhor referencial para sua autodefinição. E na caminhada desta nova descoberta, ela deve se descobrir em relação com outras mulheres e não com o homem. É preciso registrar que não foram todas as feministas que concordaram com este novo passo. Na década de 70, movimentos radicais em prol do lesbianismo passaram a identificar sua missão e propósito com o movimento feminista em geral. Foi aqui que o lesbianismo entrou no movimento feminista cristão mais radical como elemento chave na reinterpretação da mulher, sua feminilidade, espiritualidade e papéis. A maior contribuição para a entrada do lesbianismo no movimento feminista foi dada pela líder feminista Kate Millet, que publicamente admitiu ser lésbica, após escrever o livro Sexual Politics, best-seller publicado em 1970. O fato ganhou divulgação mundial mediante reportagem da revista Time naquele mesmo ano. Surgiram dentro das igrejas grupos de lésbicas “cristãs” pressionando para a ordenação de mulheres, de lésbicas, a celebração do casamento gay e aceitação de homossexuais e lésbicas ativos como membros comungantes.

Reinterpretação Feminista da Bíblia
A teologia feminista veio a ser profundamente afetada pela hermenêutica pós-moderna, a qual ensina que a escrita e a leitura de qualquer texto são irremediavelmente determinadas pelas perspectivas sociais e experiências de vida dos seus autores e leitores. A esta altura, já se havia abandonado o conceito da inspiração e infalibilidade da Bíblia.

Empregando-se este princípio na leitura da Bíblia, as feministas cristãs concluíram que a mesma é um livro machista e reflete o patriarcado dominante na cultura israelita e grega daquela época. A Bíblia é o livro de experiências religiosas das mulheres e dos homens, judeus e cristãos, mas seu texto foi formado pelos homens, adultos e instruídos. Poucos textos foram escritos por mulheres. Como resultado, os autores freqüentemente enfatizaram somente o papel dos homens. Eles contaram a história de todo o povo a partir de sua expectativa masculina. Desenvolveram a visão patriarcal da religião a ponto de transformar Deus — um puro espírito sem gênero — em um ser masculino! E que este Deus sempre escolheu homens como profetas, sacerdotes e reis porque os homens são melhores ou mais fortes moralmente do que as mulheres!
As feministas radicais propuseram, assim, uma reinterpretação radical da Bíblia partindo da ótica delas. Propuseram também que as mulheres aprendessem a examinar as leituras feitas na ótica patriarcal e a impugnar qualquer interpretação distorcida pelo machismo. De acordo com elas, a interpretação tradicional da Bíblia sempre foi masculina pois o masculino era tido como universal. Hoje, essa leitura ideológica incomodava muitas mulheres e homens nas igrejas.
Elas passaram ainda a defender a publicação de versões bíblicas onde o elemento masculino fosse tirado da linguagem. Estas versões, chamadas de “linguagem inclusiva” não deveriam mais se referir a Deus como Pai e deveriam chamar Jesus de “a criança de Deus” em vez de Filho de Deus. Já existem dezenas de versões bíblicas assim no mercado mundial. Algumas feministas ainda mais radicais declararam que a Bíblia não é confiável e que as histórias das mulheres de hoje precisam ser adicionadas ao cânon da Bíblia.
Reinterpretação do Cristianismo
Como resultado desta nova leitura da Bíblia, orientada contra todo elemento masculino e contra o patriarcalismo, as feministas propuseram uma reforma radical no Cristianismo tradicional. A ordenação de mulheres é apenas um pequeno aspecto deste projeto. Na concepção delas, a verdadeira religião deve conter elementos que reflitam o poder e a cooperação das mulheres, cuja principal característica é gerar a vida. Assim, mui naturalmente, as feministas adotaram e “cristianizaram” os antigos cultos pagãos da fertilidade, que celebram os ciclos da natureza, as estações do ano, a fertilidade da terra, as colheitas e a geração da vida. Os cultos seguem temas litúrgicos relacionados com as estações do ano. Este novo Cristianismo feminino entende que a mulher é mais apta que o homem para estabelecer e conduzir a religião, pois enquanto o homem, guerreiro, mata e tira a vida, a mulher gera a vida. Aquela que conduz a vida dentro de si é mais adequada para definir a religião e conduzir seus cultos.

Reinterpretação de Deus
O passo mais ousado dado pelo movimento feminista cristão radical foi a "reinvenção de Deus". Mais de 800 feministas, gays e lésbicas do mundo inteiro reuniram-se nos Estados Unidos em 1998 num Congresso chamado Reimaginando Deus. Os participantes chegaram a conclusões tremendas: o verdadeiro deus de Israel era uma deusa chamada Sofia, que os autores masculinos transformaram no deus masculino Javé, homem de guerra. Jesus Cristo não era Deus, mas era a encarnação desta deusa Sofia, que é a personificação da sabedoria feminina. Esta deusa pode ser encontrada dentro de qualquer mulher e é identificada com o ego feminino (na foto, capa de livro publicado sobre o assunto). No Congresso celebraram uma “Ceia” onde o pão e o vinho foram substituídos por leite e mel, e conclamaram as igrejas tradicionais a pedir perdão por terem se referido a Deus sempre no masculino. Amaldiçoaram os que são contra o aborto e abençoaram os que defendem os gays e as lésbicas.

Conclusão
A leitura das origens e desenvolvimentos do movimento feminista, tanto o secular quanto o cristão, deixa claro que a ordenação de mulheres ao ministério é apenas um item da agenda muito mais ampla dos feministas radicais dentro da igreja cristã.
É claro que nem todos os que defendem a ordenação de mulheres concordam com tudo que se contém na agenda do movimento feminista cristão. É preciso deixar isto muito claro. Conheço pessoalmente diversos irmãos preciosos que são a favor da ordenação de mulheres ao pastorado mas que repudiam as demais teses do movimento feminista radical. O que estou descrevendo aqui principalmente é a postura dos radicais dentro do feminismo evangélico.
Entretanto, não se pode deixar de notar a semelhança notável entre muitos dos argumentos usados para defender a ordenação feminina e aqueles empregados na defesa do homossexualismo nas igrejas, das versões feministas da Bíblia e mesmo da reinvenção de Deus e do Cristianismo.
Este artigo é reprodução da primeira parte de um Caderno sobre Ordenação Feminina escrito pelo Rev. Augustus Nicodemus, que por sua vez utilizou a pesquisa histórica da tese de mestrado do Rev. Ludgero Morais sobre o tema.